O “dois pra lá, dois pra cá” dos trajes de folguedo da cunhã-poranga do Boi Caprichoso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Martiniano, Jhonathan Nogueira lattes
Orientador(a): Silva, Elisabeth Murilho da lattes
Banca de defesa: Morgado, Débora Pinguello lattes, Soares, Fernando Augusto Hage
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Artes
Departamento: IAD – Instituto de Artes e Design
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2023/00025
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15295
Resumo: O Brasil é um país culturalmente plural em termos étnicos e religiosos, o que fomentou manifestações folclóricas como o Boi-Bumbá, que é a celebração das identidades culturais das sociedades interioranas, ribeirinhas e pastoris brasileiras. Em Parintins, no Amazonas, tanto o Boi Caprichoso quanto o Boi Garantido são “bois de promessa”, que não apenas revivem a tradição festiva em percorrer as ruas da cidade em uma espécie de procissão a luz de velas e candeeiros, entoando antigas toadas e procurando o calor das fogueiras de São João; mas que saíram das vielas e tablados de madeira para a arena, espetacularizando a história e a vivência poética dos povos amazônicos. Ao partir do prisma do Boi enquanto espetáculo, meu objetivo é expor as escritas visuais, que carregam em si discursos, presentes nos trajes de folguedo da personagem Cunhã-Poranga do Boi-Bumbá Caprichoso, que foram apresentados durante o Festival Folclórico de Parintins de 2019. Pretendo revelar como esses trajes femininos movimentam-se no “dois pra lá, dois pra cá”, que é o passo tradicional do Boi-Bumbá. Em outras palavras, busco evidenciar que, mesmo diante de uma postura de iminente e eminente emancipação feminina perante o olhar estereotipado do homem, a Cunhã-Poranga carrega a herança de um passado colonial, opressor e patriarcal. Acredito que este trabalho possa propor um novo olhar sobre as indumentárias de Boi-Bumbá, acrescentando assim uma visão crítica pouco explorada acerca do vestir folclórico amazônico no que tange a sua importância cultural, estética, histórica e social.