Por Essa terra... destinos itinerantes: os caminhos do sujeito migrante em Antônio Torres

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Gund, Ivana Teixeira Figueiredo lattes
Orientador(a): Volpe, Miriam Lidia lattes
Banca de defesa: Marques, Reinaldo Martiniano lattes, Faria, Alexandre Graça lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3285
Resumo: O presente trabalho objetiva analisar, através da literatura, a condição do sertanejo, em suas migrações, e também daqueles que permanecem em sua terra. Situa o tema dentro da tradição literária brasileira, iniciada por José de Alencar, passando por Euclides da Cunha, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Guimarães Rosa, para deter-se nos romances Essa terra (1973) e O cachorro e o lobo (1999), do escritor baiano contemporâneo, Antônio Torres. Os pressupostos teóricos para tal reflexão iniciam-se com uma pesquisa histórica sobre o tema, e, baseando-se nos conceitos de Julia Kristeva, em Estrangeiros para nós mesmos, considera-se que os sertanejos poderiam ser entendidos a partir de uma “natureza exílica”, vivendo como estrangeiros, mesmo quando em seu próprio país, historicamente excluídos pelas contingências – a seca, a miséria, o analfabetismo, a invisibilidade social, o descaso político. Parte-se, então, para uma revisão dos conceitos de exílio, diáspora e migração, para incluir, entre suas possíveis variações, os conceitos teóricos de insílio e desexílio. Encontra-se, na obra de Antônio Torres, aguçada sensibilidade no desenvolvimento ficcional da problemática em questão, o que lhe permite fundar, na literatura nacional, a possibilidade de retorno do sertanejo migrante a seu lugar de origem – o desexílio –, e criar um lugar – o Junco – que, nesses romances, deixa de ser o pequeno povoado baiano no qual nasceu e passa a representar um espaço mítico onde se discute a universal condição humana. Nesse sentido, intenta-se inserir esse escritor brasileiro numa tradição de escritores latino-americanos que abarca, entre outros, Garcia Márquez, Juan Rulfo e Juan Carlos Onetti.