Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Souza, Alisson Preto |
Orientador(a): |
Tutikian, Jane Fraga |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/200582
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Resumo: |
A obra de Antônio Torres Meu Querido Canibal (2000) reescreve o indígena na literatura brasileira através de rastros históricos e literários. Primeiramente, explorou-se a forma como o autor usa o discurso dos viajantes colonizadores na construção de sua narrativa. A recordação é um instrumento utilizado pela obra, seguindo rastros históricos que questionam as lacunas deixadas na relação entre o passado e o presente. Recordar, no entanto, não é um ato nostálgico, mas sim um ato crítico em relação à representação da identidade. Demonstrou-se também de que forma as pedagogias e as performances (componentes apropriados da teoria pós-colonial) relacionam-se na construção da narrativa e, sobretudo, na relação ideológica entre identidade indígena e representação indígena. O esquecimento é, talvez, a questão central que permeia o projeto literário torreano, mote para a importância da observação dos aspectos da cultura. Através da análise interdisciplinar dos artefatos culturais (como monumentos, construções civis e nomes de placas) e do próprio propósito desSes mesmos objetos, tanto no mundo real como na obra literária de Antônio Torres, discutiu-se, pela via dos Estudos Culturais, como é retratada a identidade indígena na modernidade. As expressões da cultura contam uma história fatal e alienadora, cuja função é repetir os símbolos e as tradições ocidentais, elevando as narrativas estrangeiras e abafando as narrativas locais. Contudo, com as literaturas de representação indígena, percebe-se o caráter transformador, metamórfico e dialético: na contraposição entre o “eu” e o “outro”, sem perder de vista sua própria alteridade, o nativo sobreviveu aos invasores e superou as dificuldades de seu povo. O indígena atravessou as doenças trazidas por estrangeiros, os processos de extermínio de sua cultura e o sistema de exclusão social no qual negociou sua sobrevivência até então. O indígena é, talvez, a metamorfose simbólica do que há de mais verossímil do herói épico, como assim quer o próprio Antônio Torres, na atualidade. |