Avaliação da replicação do vírus da Dengue-2 em um modelo de interação plaqueta-monócito

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Rozini, Stephane Vicente lattes
Orientador(a): Hottz, Eugenio Damaceno lattes
Banca de defesa: Jaegger, Lauren Hubert lattes, Mansur, Daniel Santos lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2023/00078
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16666
Resumo: A dengue é uma arbovirose transmitida por mosquitos do gênero Aedes e é considerada um problema de saúde global. Já foi descrito que o vírus da dengue (DENV) é capaz de infectar células como monócitos, macrófagos, células dendríticas, endoteliais e hepáticas. Sabe-se que plaquetas são capazes de internalizar, traduzir e replicar o genoma do DENV. No entanto, nosso grupo e outros demonstraram que a replicação em plaquetas é abortiva. Plaquetas de pacientes com dengue encontramse mais ativadas e apoptóticas em comparação as células de voluntários saudáveis, e há um aumento na formação de agregados plaqueta-monócito. As plaquetas de pacientes com dengue ou infectadas com o DENV in vitro secretam mediadores inflamatórios como PF4, RANTES, IL-1β e MIF, e apresentam aumento na expressão de P-selectina e fosfatidilserina em sua superfície. Este conjunto de sinais expressos e secretados modula a interação com monócitos e a resposta inflamatória. Plaquetas infectadas com o DENV e incubadas com monócitos de voluntários saudáveis induzem a secreção de citocinas como IL-8, MCP-1, IL-10 e IL-6 nos monócitos. Apesar da replicação em plaquetas ser abortiva, nós temos por hipótese que durante a interação plaqueta-monócito as plaquetas seriam capazes de transferir o RNA viral recém-sintetizado para os monócitos, que dariam continuidade ao ciclo replicativo do vírus. Também questionamos se a interação plaqueta-monócito e a transferência do RNA viral poderiam levar a modulação da resposta inflamatória em monócitos através do reconhecimento de dsRNa por TLRs endossomais e sensores citosólicos. O presente projeto tem por objetivo avaliar se as plaquetas são capazes de transferir o genoma viral e/ou modular a resposta inflamatória dos monócitos, e por quais receptores isso ocorre. Nossos resultados demonstram que as plaquetas são capazes de transferir o genoma do DENV para monócitos primários in vitro. Além disso, o reconhecimento desse RNA viral em monócitos advindo de plaquetas infectadas levam ao aumento da secreção de IL-8 e MCP-1 nas coculturas, que é reduzido ao bloquear a via downstream de RIG-I/MDA-5, mas não de TLRs endossomais. No entanto, a transferência do RNA viral do DENV para monócitos não ocorre de forma que esses sejam capazes de gerar novas partículas virais infecciosas.