Avaliação da carga viral do Vírus da Hepatite B em plasma pobre em plaquetas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Poli, Gabriela Boni
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204554
Resumo: O vírus da hepatite B (HBV) tem se destacado como um dos mais relevantes, especialmente pela sua alta transmissibilidade, capacidade de evolução da infecção para a forma crônica e a mortalidade por doenças hepáticas associadas ao vírus. Estima-se que em todo mundo existam em torno de 2 bilhões de indivíduos infectados pelo HBV, 257 milhões de portadores crônicos, 4 milhões de novos casos sintomáticos e entre 600 mil a 1 milhão de óbitos anuais por complicações hepáticas associadas à hepatite B. A prevalência tem sido reduzida em países onde a vacinação foi implantada, porém permanece alta em populações de risco e em países onde a transmissão vertical e horizontal não é controlada, o que torna a hepatite B crônica um relevante problema de saúde pública. Atualmente para o diagnóstico do HBV são empregados teste sorológico imunoensaios e testes rápidos, para a detecção dos constituintes do vírus e teste moleculares para determinar a carga viral sendo um componente crucial na avaliação de pacientes com infecção crônica por HBV e na avaliação da eficácia do tratamento antiviral. Atualmente o teste molecular utiliza amostras de soro ou plasma de pacientes portadores de infecção crônica por HBV. No entanto alguns estudos têm demonstrado a presença de vírus como HBV, HCV e HIV em outros compartimentos biológicos, preservando a permanecia do vírus dentro do organismo. A pesquisa pela presença do vírus em outros compartimentos se faz necessária em busca de detectar as possíveis vias de reativação do vírus. A hipótese deste trabalho é que o HBV também interaja com plaquetas dos pacientes, de modo que amostra com plasma rico em plaquetas apresente uma carga viral maior quando comparado com amostra pobre em plaquetas. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a carga viral do HBV no plasma pobre em plaquetas comparativamente a carga viral no plasma rico em plaquetas. Os experimentos desenvolvidos foram realizados em duas etapas: Etapa1 padronização e Validação dos procedimentos de separação do plasma e obtenção dos plasmas rico em plaqueta e do plasma pobre em plaquetas. A Etapa 2 Comparação da carga viral do HBV no plasma rico e pobre em plaquetas utilizando a metodologia Abbott RealTime HBV assay (Abbott Molecular, Des Moines, USA). Segundo especificações do fabricante variações nos resultados de carga viral da mesma amostra não devem ser significativos e, o método utilizado é validado para utilização em plasma ou soro. No entanto, os nossos resultados demonstram uma diferença significativa entre a carga viral de plasma rico e pobre em plaquetas, sugerindo que a metodologia de extração de DNA viral por Beads não seja a mais adequada para esse tipo de amostra. Possivelmente contaminantes presentes no plasma e/ou plaquetas interfiram na interação entre DNA e Beads. Realizamos o mesmo experimento utilizando kit de extração baseado em coluna de sílica e não observamos diferença na carga viral entre plasma rico e pobre em plaquetas. Concluímos que a extração de DNA por Beads pode sofrer interferência de outras moléculas presentes no plasma/soro podendo interferir na real carga viral do paciente. Diante dos nossos achados, propomos que a extração de DNA por coluna de sílica seja uma possível alternativa à extração por Beads.