Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Teixeira, Anna Cecíllia Quirino
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Orientador(a): |
Hottz, Eugenio Damaceno
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Banca de defesa: |
Gameiro, Jacy
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Viola, Patricia Torres Bozza
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
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Departamento: |
ICB – Instituto de Ciências Biológicas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/9225
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Resumo: |
dengue é uma doença causada pelo vírus da dengue (DENV), composto por 4 sorotipos, sendo transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, principalmente. Alguns pacientes podem desenvolver uma forma grave da doença, chamada de dengue grave, caracterizada por extravasamento vascular, hemorragia grave e falência dos órgãos. Inflamação exacerbada com concentrações elevadas de citocinas inflamatórias contribuem para o extravasamento vascular e a gravidade da dengue. Estudos recentes demonstraram altos níveis da proteína não estrutural 1 (NS1) do DENV no sangue dos pacientes com dengue grave. A NS1 está relacionada à interação com TLR4 em macrófagos, induzindo a secreção de mediadores inflamatórios, e à ruptura do endotélio vascular, contribuindo para o extravasamento vascular. Apesar de a interação da NS1 com macrófagos e células endoteliais já ter sido demonstrada, sua habilidade em ativar plaquetas ainda é desconhecida. Nesse estudo, plaquetas de voluntários saudáveis foram estimuladas com NS1 do DENV2 recombinante e a resposta plaquetária foi avaliada por citometria de fluxo e ELISA. Nós observamos que a NS1 do DENV2 recombinante produzida em E. coli aumentou a ativação plaquetária, indicada pela expressão da P-selectina (CD-62P) na superfície. Nossos resultados indicam que a NS1 aumenta a secreção das quimiocinas RANTES/CCL5 e PF4/CXCL4 e das citocinas próinflamatórias IL-1α e MIF. Contudo, não houve aumento nos níveis da citocina antinflamatória TGF-β. O pré-tratamento com polimixina B não afetou a habilidade da NS1 em induzir a translocação da P-selectina e secreção de citocinas, indicando ausência de contaminação por LPS. Além disso, pré-exposição a NS1 potencializou a ativação plaquetária e secreção de quimiocinas em resposta a uma concentração sub-ótima de trombina. As plaquetas também foram estimuladas com NS1 produzida em células HEK e os resultados obtidos demonstraram um aumento na expressão superficial de P-selectina, confirmando os dados anteriores de que a NS1 do DENV2 promove ativação plaquetária. Posteriormente, plaquetas de voluntários saudáveis pré-tratadas com anticorpos neutralizantes anti-TLR4 ou IgG inespecífica foram estimuladas com NS1 produzida em células HEK . Nossos resultados demonstram que a NS1 ativa plaquetas parcialmente através do receptor TLR4. Finalmente, nós demonstramos que plaquetas infectadas com DENV além de replicarem o RNA viral, são capazes de traduzir o genoma do vírus, sintetizando NS1. No entanto, nossos resultados mostram que as plaquetas não secretam partículas virais, indicando que o ciclo de replicação do vírus não é completo. Apesar dessa replicação abortiva, as plaquetas são capazes de secretar a NS1, que pode agir como um PAMP induzindo respostas imuno-inflamatórias. Nossos dados demonstram que NS1 do DENV2 é capaz de ativar plaquetas, induzindo a secreção de mediadores inflamatórios. Somado a isso, NS1 do DENV2 potencializa a ativação plaquetária pela trombina, sugerindo uma intensificação da resposta tromboinflamatória. Nossos resultados indicam que as plaquetas não só respondem a NS1 exógena como também são fontes de NS1 durante a infecção pelo DENV. Em conjunto, estes eventos podem potencialmente contribuir para a patogênese da dengue. |