Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Medeiros, Davi Vieira
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Orientador(a): |
Rodero-Takahira, Aline Garcia
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Banca de defesa: |
Xavier, André Nogueira
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Marcilese, Mercedes
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11233
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Resumo: |
Para Saussure (2006 [1916]), o signo linguístico é essencialmente arbitrário: não há nenhuma relação de motivação entre o significante de um signo e o significado que ele veicula. Não parece, contudo, ser esse o caso das línguas de sinais, principalmente se considerarmos a modalidade gesto-visual dessas línguas. Strobel e Fernandes (1998) e Quadros e Karnopp (2004) afirmam e defendem que as línguas de sinais são essencialmente arbitrárias. Entretanto, há autores que consideram que a iconicidade esteja significativamente presente nessas línguas, como Ferreira-Brito (1995), Klima e Bellugi (1979), Sherman Wilcox (2004), Taub (2001), Xavier (2006), entre outros. Discutir as noções de arbitrariedade e de iconicidade nas línguas de sinais não é trivial. Aliás, por vezes, a iconicidade representou (e, em alguns casos, talvez, ainda represente) um problema para a aceitação de línguas sinalizadas, enquanto línguas naturais, uma vez que, por um lado, ela está significativamente presente nessas línguas e, por outro lado, a arbitrariedade consiste em um princípio linguístico, comum a todas as línguas. Nesse sentido, o objetivo principal desta dissertação é (re)discutir, bem como problematizar, as noções de arbitrariedade e de iconicidade nas línguas de sinais, de modo geral, e na Língua Brasileira de Sinais (Libras), de modo específico. Para isso, fizemos uma revisão na literatura, a fim de verificar o modo como esses conceitos vêm sendo abordados em línguas sinalizadas, e analisamos os sinais que compõem a letra ‘A’ de Capovilla et al. (2017), no que diz respeito à(s) possível(is) motivação(ões) que eles apresentam. Encontramos e categorizamos motivações de seis tipos: (1) classificador; (2) gestualidade; (3) espacialidade; (4) empréstimo linguístico do português; (5) expressão não manual; e (6) movimento. Observamos algumas sistematizações em relação a essas motivações e percebemos que algumas delas nem sempre elas conferem iconicidade aos signos linguísticos. De modo geral, assumimos e defendemos, neste trabalho, que a arbitrariedade e a iconicidade não são noções opostas, nem sequer de mesma ordem; mostramos que os conceitos de arbitrariedade e de imotivação, e os conceitos de iconicidade e de motivação, embora estejam relacionados, não são sinônimos; e apontamos que os sinais da Libras são altamente motivados, apresentando, aliás, na maioria das vezes, mais de uma motivação. Consideramos que é bastante complexo pensar em propostas de análise da iconicidade na Libras, a partir de certo tipo de gradação, não obstante, argumentamos que talvez uma proposta menos problemática seja a que considere a natureza dos tipos de motivação propostos neste trabalho, em sua relação com a iconicidade. Por fim, mostramos que os classificadores são muito produtivos, na Libras, sendo, inclusive, o tipo de motivação mais recorrente nos dados, e que eles apresentam um caráter essencialmente imagético, conferindo sempre iconicidade aos signos linguísticos por eles formados, o que ratifica o fato de eles fazerem parte do núcleo lexical dessa língua. |