Relações de arbitrariedade e iconicidade na formação dos sinais em Libras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Constâncio, Rosana de Fátima Janes lattes
Orientador(a): Bidarra, Jorge lattes
Banca de defesa: Paulus, Liona lattes, Pereira, Maria Cristina da Cunha lattes, Seide, Márcia Sipavicius
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Oeste do Paraná
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Letras
Departamento: Centro de Educação, Comunicação e Artes
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/5224
Resumo: No Brasil, as pesquisas relacionadas à Língua Brasileira de Sinais (Libras) cada vez mais vêm se intensificando, notadamente a partir do seu reconhecimento como “meio de comunicação e expressão” (Lei Federal nº 10.436/02, Art. 1º). Os avanços obtidos no campo dos estudos linguísticos e das práticas educacionais envolvendo a Libras e as necessidades demandadas pelos alunos/estudantes surdos brasileiros têm sido notáveis. Apesar disso, ainda são muitas as questões a respeito da língua que precisam ser aprofundadas; uma delas diz respeito à natureza dos sinais que compõem o seu léxico. Motivados pelo fato de a Libras ser uma língua gestual, visual e espacial, não são raros os que defendem a ideia de que tais sinais sejam icônicos, uma vez que muitos remetem, de fato, aos referentes que nominam. Todavia, esse tipo de afirmação não se sustenta, e vários estudos já demonstram isso. O assunto da iconicidade, portanto, é objeto de estudo desta tese. A fim de aprofundá-lo, o objetivo desta tese foi não apenas resgatar os aspectos teóricos relacionados à iconicidade presente nas línguas, sejam elas orais ou de sinais, mas, sobretudo, compreender o continuum da iconicidade à arbitrariedade. Quatro perguntas centrais orientaram esta investigação: (i) Como se dão as relações de formação dos sinais em Libras?; (ii) Tomando por base os resultados obtidos em (i), é possível afirmar que os sinais da Libras são apenas icônicos ou arbitrários como geralmente muitos têm preconizado? (iii) Será que os sinais da Libras também podem assumir outros níveis?; e (iv) Assumindo o que preconiza a literatura especializada (KLIMA; BELUGGI, 1979; PERNISS; VIGLIOCCO, 2014; ORTEGA, 2017), que, para além da relação icônica e arbitrária, existem ainda dois outros níveis em que os itens lexicais de uma língua podem se distribuir, como esse arranjo se dá com a Libras? Para responder a essas perguntas, apoiou-se em pressupostos teóricos defendidos pela Linguística Descritiva (STOKOE, 1960; FERREIRA-BRITO, 1990, 2010; PERINI,2010) e pelos estudos do léxico (CABRÉ, 1998). Os dados para análise foram extraídos, inicialmente, a partir da obra Iconographia dos Signaes dos Surdos-Mudos (GAMA, 1875), ao todo, 407 sinais e seus referentes que foram contrastados em outras três obras (OATES, 1969; SOCIEDADE TORRE DE VIGIA, 1992; CAPOVILLA et al., 2001). No entanto, para as análises, considerou-se apenas a obra com a versão mais atualizada: Dicionário da Língua de Sinais do Brasil: a Libras em suas mãos (CAPOVILLA et al., 2017). Os resultados obtidos desse processo de investigação confirmaram nossas hipóteses iniciais de que existem outros dois possíveis níveis na Libras, o translúcido e o obscuro, que podem se enquadrar no continuum dos fenômenos linguísticos da iconicidade à arbitrariedade.