Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Porsche, Sandra Cristina |
Orientador(a): |
Teixeira, Terezinha Marlene Lopes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada
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Departamento: |
Escola da Indústria Criativa
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/3340
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Resumo: |
O conceito saussuriano de arbitrariedade do signo já foi objeto de um extenso número de trabalhos. Saussure colocou o princípio na base de toda sua teorização, mas não tardou para surgirem grandes dificuldades em compreender como ele se enquadra no conjunto da teoria, apresentando-se como extremamente paradoxal e sendo submetido a escrutínio por uma série de intérpretes. A obra de Saussure é fundamentalmente cercada de controvérsias, em vista do Curso de Linguística Geral (CLG), obra que não foi escrita por ele, e em virtude de uma quantidade ímpar de manuscritos surgidos após os anos 50 e, mais recentemente, em 1996. Com as novas contribuições, hoje retoma-se a teoria para elucidar novos fatos. Assim, esta tese discute o conceito de arbitrariedade do signo, procurando encontrar o lugar que lhe cabe. Partimos do exame do CLG, do Escritos de Linguística Geral (ELG), com apoio nos cadernos de alunos, e de leituras de intérpretes saussurianos, para apresentar uma proposta sobre o lugar do conceito na teoria. Há quatro problemas principais para a compreensão do arbitrário: 1) um aparente paradoxo: Saussure combate a visão nomenclaturista, mas apresenta provas que fazem supor a existência de um significado existente a priori, universal, antes da conjugação do fato linguístico, o que contradiz a teoria. Surge, então, o problema de saber como, no conjunto da obra, Saussure responde à complexa questão da relação da língua com a realidade; 2) com a afirmação de que todo signo é motivado no sistema e com o conceito de arbitrário relativo, é difícil ver um lugar para o arbitrário absoluto na língua; 3) o conceito clássico de convencionalidade é reformulado por Saussure, sem que ele teorize suficientemente essa mudança, gerando o problema de saber em que consiste a diferença e 4) também não há teorização suficiente de Saussure sobre a relação entre semiologia e linguística. Concluimos, a partir do exame desses problemas, que o arbitrário é entre significante e materialidade da língua, o que nem sempre é visto com clareza. Entre eles a relação é arbitrária e, considerando o postulado da transmissão da língua, visto que ela se materializa na fala e por ela se transmite, o arbitrário é princípio semiológico de base, sempre presente na transmissão (diacrônico), causando efeitos no plano sincrônico. Pela reformulação do conceito de convencionalidade, Saussure se desloca para o plano da língua, tomada pela sua matéria sonora, deixando o plano do significado (sem significante) a outro campo de estudos. Concluimos que o arbitrário do signo na linguística refere-se à relação entre significante e materialidade da língua. |