Expressão de genes da resposta imune em bovinos infestados com carrapatos (Boophilus microplus)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Belo, Vanessa de Almeida lattes
Orientador(a): Machado, Marco Antônio lattes
Banca de defesa: Guimarães, Simone Facioni lattes, Ferreira, Ana Paula
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2841
Resumo: Nos países tropicais, as perdas causadas pela infestação de carrapatos em bovinos acarretam um grande impacto no sistema de produção animal. Recentes estudos têm mostrado a importância de fatores genéticos ligados a resistência a carrapato em Bos taurus indicus e Bos taurus taurus e que as citocinas têm um papel crítico na prevenção ou progressão de doenças. O objetivo desse trabalho foi avaliar os níveis de expressão dos genes IL-10 e IL-4 relacionados ao perfil imunológico Th2 associado à susceptibilidade ao carrapato e os genes IL-2 e IFN- relacionados ao perfil imunológico Th1 associado à resistência ao parasito. Além destes genes, analisou-se o perfil de expressão do gene TLR-2, importante no processo de reconhecimento de patógenos e os genes IL-8 e TNF-α importantes no processo inflamatório inicial. Seis animais mais resistentes e seis animais mais susceptíveis de uma população F2 de 332 animais, originária do cruzamento de animais F1(½ Holandês: ½ Gir), foram selecionados baseado na contagem de carrapatos e valor genético. Amostras de tecido foram coletadas de pele no 5° e 12° dias após a infestação para extração de RNA total. As PCRs em tempo real foram realizadas usando o gene GAPDH como controle endógeno. Os animais resistentes e susceptíveis apresentaram aumento de expressão do gene IL-10 no 5° (p<0,01) e 12 ° dias após a infestação (p<0,05). O gene IL-2, nos animais resistentes e susceptíveis, no 5° dia após a infestação não apresentou alteração da expressão sendo que 12° dia, em ambos os grupos de animais, este gene passou a ser mais expresso em relação ao animal controle sugerindo um perfil de resposta imunológica do tipo de Th2 nos animais resistentes e susceptíveis nos primeiros dias após a infestação. O gene IL-4 apresentou uma tendência ao aumento de expressão nos animais resistentes e susceptíveis em relação ao controle, sendo o perfil Th2 sugerido atribuído a IL-10 produzida por linfócitos T regulatórios (p>0,05). O gene TNF- apresentou aumento de expressão nos animais susceptíveis no 5° dia após a infestação com posterior diminuição no 12° dia após a infestação (p<0,05). Nos animais resistentes não foi observada alteração da expressão deste gene, isto sugere que ele possa estar mais atuante no início do processo inflamatório, logo após a fixação do carrapato. A mesma observação estende-se para o gene IL-8, em que não foi verificada alteração de expressão nos animais resistentes, embora nos animais susceptíveis este gene apresentou diminuição da expressão no 12° dia após a infestação (p<0,05). Quanto ao gene IFN-, não houve diferença de expressão entre os animais resistentes e susceptíveis, sendo que este gene parece não estar relacionado ao mecanismo de resistência. O gene TLR-2 apresentou diminuição da expressão em ambos os grupos de animais. Estes resultados sugerem que a resposta imune adquirida avaliada neste trabalho não apresenta papel preponderante no mecanismo de resistência e que resposta imune inata poderia está envolvida no mecanismo de resistência ao carrapato. Portanto, avaliação da resposta imunológica horas após a fixação do carrapato poderia nos fornecer resultados mais conclusivos.