Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Dall'Orto, Lauriê Ferreira Martins
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Orientador(a): |
Lacerda, Patrícia Fabiane Amaral da Cunha
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Banca de defesa: |
Oliveira, Mariangela Rios de
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Rosário, Ivo da Costa do
,
Almeida, Sandra Aparecida Faria de
,
Sousa, Fernanda Cunha
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/7174
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Resumo: |
Na presente tese, dedicamo-nos à compreensão de como construções avaliativas com “super”, “mega”, “hiper” e “ultra” se instanciam e se convencionalizam na língua portuguesa. Assumimos, dessa maneira, o aporte teórico da Linguística Funcional Centrada no Uso (BYBEE, 2010; MARTELOTTA, 2011; FURTADO DA CUNHA et al., 2013; TRAUGOTT & TROUSDALE, 2013; ROSÁRIO & OLIVEIRA, 2016; BISPO & SILVA, 2016), partindo do pressuposto de que tais construções avaliativas teriam sido moldadas no e pelo contexto de uso, passando a integrar a gramática da língua. Logo, nossas hipóteses de investigação são as seguintes: (a) “super”, “mega”, “hiper” e “ultra” cumprem novos propósitos comunicativos na língua que diferem de seus usos como prefixos; (b) os usos das construções avaliativas com “super”, “mega”, “hiper” e “ultra” constituem um pareamento forma-função, embora recente, na língua portuguesa. Diante das hipóteses apresentadas, nossos objetivos mais específicos são, nesse sentido, (i) descrever os padrões construcionais, ou pareamentos forma-função, das construções avaliativas com “super”, “mega”, “hiper” e “ultra”, de maneira a identificar os três níveis de esquematicidade propostos por Traugott e Trousdale (2013) – esquema, subesquema e microconstrução – e (ii) propor uma rede construcional que relacione as construções analisadas de maneira hierárquica em torno de um esquema abstrato comum. A fim de cumprirmos os objetivos propostos neste trabalho, constituímos um corpus para a análise dos dados, com a distribuição dos textos, retirados de blogs e de revistas disponíveis na internet, em três níveis de formalidade – que se estabelecem em um continuum – e em três diferentes sincronias. Nossa análise se realiza a partir do equacionamento entre a análise qualitativa e o cálculo da frequência de uso, uma vez que objetivamos identificar e descrever os pareamentos forma-função vinculados a cada nível de esquematicidade, os quais se convencionalizam na língua a partir do aumento da frequência de uso. Os resultados obtidos apontam que “super”, “mega”, “hiper” e “ultra”, mediante um processo analógico com o esquema {[advérbio de intensidade] + [adjetivo/advérbio]} – que tem como principal representante o advérbio de intensidade canônico “muito” anteposto a adjetivo ou a advérbio – e a partir de suas acepções de origem e de seus usos como prefixos, instanciam na língua um esquema mais abstrato e mais geral para a indexação do posicionamento avaliativo do locutor no discurso por meio da intensificação e da focalização. Além disso, identificamos treze microconstruções que se distribuem, por similaridades e por especificidades no que tange às suas propriedades formais e funcionais, em três subesquemas que se diferenciam semanticamente em função do escopo da intensificação e da focalização e, consequentemente, do papel morfossintático exercido por “super”, “mega”, “hiper” e “ultra” nas construções. Nesse contexto, demonstramos como esquema, subesquemas e microconstruções são responsáveis pela emergência de novas construções avaliativas com “super”, “mega”, “hiper” e “ultra” na língua, bem como pelo estabelecimento de uma rede construcional disponível para o acesso do locutor para a produção de um discurso coerente. |