Mapeamento de microconstruções com “então”: uma proposta de rede construcional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Durço, Ana Paula Gonçalves lattes
Orientador(a): Lacerda, Patrícia Fabiane Amaral da Cunha lattes
Banca de defesa: Rosário, Ivo da Costa do lattes, Alonso, Karen Sampaio Braga lattes, Salgado, Ana Cláudia Peters lattes, Dall'Orto, Lauriê Ferreira Martins lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/10108
Resumo: Seguindo os pressupostos teóricos da Linguística Funcional Centrada no Uso (LFCU), mais especificamente no que se refere à abordagem construcional da mudança proposta por Traugott e Trousdale (2013), esta tese tem por objetivo geral propor uma análise de construções com “então” empiricamente atestadas na sincronia atual. De acordo com essa abordagem, a língua é uma rede de construções organizadas hierarquicamente (TRAUGOTT e TROUSDALE, 2013), cuja unidade básica é a construção, identificada pelo pareamento forma-função (GOLDBERG, 2016). Partindo, portanto, desse princípio e visando a cumprir o objetivo geral, apresentamos como objetivos específicos: i) mapear as microconstruções com “então”, a partir do pareamento forma-função dos tokens encontrados no corpus constituído para esta pesquisa; ii) distribuí-las em uma rede hierarquicamente organizada em níveis de esquematicidade. Essa análise de dados pauta-se na metodologia qualitativa e quantitativa dos dados, tomando como base um corpus sincrônico, composto por duas modalidades: escrita e oral. A modalidade escrita contém textos disponíveis na internet, retirados de blogs, de revistas informais, como “Ana Maria” e “Marie Claire”, e revistas formais, como “Exame” e “Veja”. A modalidade oral é composta por cinco horas de gravação de programas de entrevista encontrados, também, na internet. Assumimos as seguintes hipóteses de trabalho: i) as construções com “então” são instanciadas na língua a partir de níveis hierárquicos mais abstratos; ii) há uma expansão semântico-pragmática de seus usos, e ela está relacionada a um aumento de intersubjetividade; iii) é possível traçar sua rede construcional a partir de uma análise empírica e sincrônica. Os resultados demonstram ser possível a identificação de microconstruções com “então” e, consequentemente, seu envolvimento em um processo de construcionalização pautada na instanciação de construções cada vez mais intersubjetivas, a partir de um esquema mais geral, cuja função básica é a foricidade e o caráter relacional de “então”, que instancia três subesquemas menos hierárquicos. No primeiro subesquema, encontram-se as microconstruções anafóricas que indicam uma circunstanciação temporal; no segundo subesquema, figuram as microconstruções que, além de retomarem anaforicamente um antecedente, também apontam cataforicamente para a porção subsequente, funcionando como um conector; e, no terceiro subesquema, subdividido em dois subesquemas intermediários, estão presentes as microconstruções com marcadores discursivos – o primeiro subesquema intermediário é composto por construções envolvidas no processamento textual e no nível das relações interacionais, e o segundo subesquema intermediário é constituído por construções envolvidas na articulação textual e no nível das relações discursivas conclusivas e interacionais.