Escola pública e pentecostalismos: distância territorial, dinâmica religiosa e sociabilidade no espaço escolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Luciana Ferreira da lattes
Orientador(a): Dutra, Rogéria Campos de Almeida lattes
Banca de defesa: Oliveira, Rafaela Reis Azevede de lattes, Rodrigues, Elisa lattes, Rosistolato, Rodrigo Pereira da Rocha lattes, Almeida, Tânia Mara Campos de lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11185
Resumo: Esta tese partiu da assunção de que o crescimento da urbanização e dos pentecostalismos, iniciados e intensificados durante o século XX e início do século XXI, no Brasil, são fenômenos com ingerência sobre a sociabilidade no espaço escolar público e periférico. Frente a um sistema escolar público notadamente influenciado pela tradição católica, os pentecostalismos o adentram interpelando essa hegemonia e reivindicando a equiparação do gozo religioso nesse espaço. Duas escolas públicas, uma estadual e uma municipal, localizadas em um bairro periférico da cidade de Juiz de Fora – MG, foram o locus da etnografia, a qual foi um dos pilares metodológicos desta pesquisa. O outro pilar foram as entrevistas semi-estruturadas realizadas com antigos moradores do bairro, os pastores das igrejas evangélicas ali presentes, bem como com alguns familiares de alunos pentecostais de ambas as instituições. Essas estratégias visaram a contemplar os seguintes objetivos: (1) identificar quais eram as situações em que as religiosidades pentecostais emergiam no ambiente escolar público, (2) compreender os sentidos que estavam implicados na emergência dessas religiosidades e (3) compreender as relações estabelecidas entre a escola e os sujeitos pentecostais ali presentes. Os fundamentos teóricos que ampararam o exercício compreensivo desta tese foram essencialmente antropológicos e permitiram que se visualizasse duas vias pelas quais os pentecostalismos adentram a escola pública. A primeira tem um caráter endógeno e é pavimentada pelos discursos e comportamentos dos sujeitos pentecostais presentes diariamente no cotidiano escolar, os alunos, os professores, as secretárias, as coordenadoras, as diretoras, as faxineiras, as cozinheiras e os bedéis. A segunda via tem um caráter exógeno e é protagonizada por atores pentecostais que se imiscuem no dia-a-dia escolar através da execução de projetos e de leis, sendo eles sujeitos da própria comunidade do bairro, de outros bairros e políticos. Ambas as vias qualificaram-se a partir de um caráter eminentemente conservador, afastado da vertente mais progressista do campo religioso pentecostal, o qual é tão vasto.