Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Borges, Sérvulo Luiz
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Orientador(a): |
Chebli, Júlio Maria Fonseca
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Banca de defesa: |
Costa, Paulo Sérgio Gonçalves da
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Pinheiro, Bruno do Valle
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
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Departamento: |
Faculdade de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2882
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Resumo: |
Racional - A diarréia nosocomial é uma das infecções mais comuns entre pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), embora sua epidemiologia, bem como causas e conseqüências sejam raramente documentadas em estudos de vigilância de infecções hospitalares. Objetivo - Estudar a incidência e os fatores risco entre os pacientes adultos acometidos com diarréia em uma UTI clínico cirúrgica, no período de 12 meses. Pacientes e métodos – Foram estudados prospectivamente, após exclusão, 457 pacientes quanto ao desfecho de diarréia e os fatores de risco, no período de outubro de 2005 a outubro de 2006. Considerou se como diarréia nosocomial o quadro clínico de diarréia com início após 72 h da admissão hospitalar, com pelo menos duas evacuações líquidas ou pastosas por mais de dois dias consecutivos. A coleta de dados foi realizada diariamente na UTI até a alta ou óbito do paciente no setor. As variáveis analisadas foram: idade, sexo, tempo de internação hospitalar antes da admissão na UTI, tempo de internação na UTI, o escore APACHE II, comorbidades, insuficiência orgânica, história cirúrgica nos últimos 30 dias, uso corrente de antimicrobianos (incluindo o número de dias e número total de antibióticos), antisecretores, nutrição enteral, parenteral, fleet enemas, duração total da diarréia (em dias), tempo do início da diarréia em relação à internação, presença de caso similar de diarréia na UTI na última semana ou na mesma ocasião, albumina sérica e taxa de hemoglobina em pelo menos uma ocasião durante a internação. Para análise dos dados, os pacientes foram divididos em grupos com e sem diarréia nosocomial. O nível de significância foi de 5% (P < 0,05). As variáveis significativas na análise univariada foram analisadas, de forma multivariada, através da estimação de um modelo de regressão logística. Resultados - Diarréia ocorreu em 135 (29,5%) pacientes, durando em média 5,4 dias. O tempo do seu início em relação à internação foi de 17,8 dias e casos similares no período foram registrados em 113 (83,7%) pacientes. Na análise multivariada através de modelo de regressão logística, apenas o número de antibióticos (OR 1,65; I.C. 95% = 1,39 – 1,95) e o número de dias de antibioticoterapia (OR 1,16; I.C. 95% = 1,12 – 1,20) associaram-se estatisticamente com a ocorrência de diarréia (P = 0.000). Cada dia de acréscimo a mais da 8 antibioticoterapia aumentou em 16% o risco de diarréia (I.C. 12% a 20%), enquanto a adição de um antibiótico a mais ao esquema antimicrobiano aumentou as chances de ocorrência de diarréia em 65% (I.C. 39% a 95%). Conclusão – A incidência de diarréia nosocomial na UTI é elevada (29,5%). Os principais fatores de risco para sua ocorrência foram número de antibióticos prescritos e duração da antibioticoterapia. Além das precauções entéricas, a prescrição judiciosa e limitada de antimicrobianos, provavelmente reduzirá a ocorrência de diarréia neste setor. |