Teoria da mente, funções executivas e regulação emocional na infância: um estudo com alunos do ensino fundamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Renata de Lourdes Miguel da lattes
Orientador(a): Rodrigues, Marisa Cosenza lattes
Banca de defesa: Mármora, Cláudia Helena Cerqueira lattes, Silva, Nara Liana Pereira lattes, Andrade, Alana Augusta Concesso de lattes, Souza, Debora de Hollanda lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12111
Resumo: A capacidade de inferir e atribuir estados mentais (i.e, crenças, desejos, emoções e intenções) a si mesmo e aos outros é nomeada teoria da mente, sendo fundamental para o êxito nas interações sociais. As funções executivas, definidas como o conjunto de capacidades cognitivas complexas que regulam e gerenciam ações humanas, também são socialmente relevantes. Entende-se que o comportamento humano tem importante subsídio na capacidade de compreensão dos estados mentais, na regulação cognitiva e também pela regulação emocional, sendo que esta última envolve a expressividade e regulação das emoções mediante as demandas sociais. Neste contexto, esta tese tem como objetivo avaliar as possíveis relações entre teoria da mente, funções executivas e regulação emocional em crianças em idade escolar mediante três partes. Apresenta-se inicialmente uma breve fundamentação teórica necessária às pesquisas subsequentes, o que abrange uma contextualização histórico-conceitual e do desenvolvimento da teoria da mente e suas possíveis interfaces com as funções executivas e a regulação emocional. A segunda parte apresenta, em formato de artigo, o primeiro estudo, uma revisão sistemática de estudos empíricos na área de teoria da mente que avaliaram a referida capacidade em crianças em idade escolar. Constatou-se que o contingente de investigações se encontra em crescimento, especialmente nos últimos cinco anos. Na terceira parte tem-se o segundo estudo, também em formato de artigo, o qual apresenta uma pesquisa empírica que avaliou teoria da mente (cognitiva e afetiva), funções executivas (controle inibitório) e a regulação emocional em 148 estudantes(média de idade de 8,33 anos), alunos de escolas públicas e privadas de uma cidade mineira. Os resultados desse estudo mostraram que o grupo de crianças da rede privada apresentou desempenho significativamente mais aprimorado na avaliação da teoria da mente. As análises de correlação revelaram associação significativa entre teoria da mente cognitiva e controle inibitório e para regulação emocional e controle inibitório. Obteve-se ainda que a teoria da mente afetiva e o controle inibitório predizem a teoria da mente cognitiva. Espera-se que os resultados obtidos neste conjunto de estudos possam contribuir para uma melhor compreensão das investigações em teoria da mente com escolares e das relações entre esta capacidade sociocognitiva, as funções executivas e a regulação emocional. Conclui-se que o corpo de pesquisa contemplando o desenvolvimento da teoria da mente em crianças escolares está em ascendência, mas é ainda limitado no cenário nacional e que as relações entre teoria da mente, funções executivas e regulação emocional necessitam de maiores estudos, tendo em vista que os resultados das investigações já realizadas contrastam, especialmente no que se refere à possível relação entre teoria da mente e regulação emocional.