Produtos naturais com potencial terapêutico: estudos do efeito no estresse oxidativo, no processo inflamatório e em Leishmania amazonensis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lemos, Ari Sérgio de Oliveira lattes
Orientador(a): Coimbra, Elaine Soares lattes
Banca de defesa: Chedier, Luciana Moreira lattes, Antinarelli, Luciana Maria Ribeiro, Machado, Patrícia de Almeida, Granato, Juliana da Trindade
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2023/00010
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15371
Resumo: Lantana camara L. e Mitracrapus frigidus são espécies com um amplo espectro de bioatividades e apresentam uma grande variedade de metabolitos secundários. Entretanto, ainda existem poucos estudos em relação as atividades antileishmanial, antioxidante, antiinflamatória e citotóxica dessas espécies. Logo, o objetivo deste trabalho foi investigar afundo a atividade antileishmanial, citotóxica, antioxidante e anti-inflamatória de diferentes extratos dessas espécies. Os extratos de L. camara foram produzidos por meio de maceração estática utilizando solventes com ordem crescente de polaridade. O extrato em diclorometano de folhas de M. frigidus foi obtido por partição líquido-líquido e o extrato aquoso por infusão seguida de liofilização. Primeiramente os extratos foram testados contra formas promastigotas e amastigotas de Leishmania amazonensis, macrófagos peritoneais murinos, eritrócitos humanos, teste do DPPH e tiveram seus teores de substâncias fenólicas e terpenos mensurados. Os extratos de L. camara foram mais ativos e seletivos para a atividade antileishmanial, apresentaram altos teores de terpenos e atividade hemolítica. Já os extratos de M. frigidus apresentaram as melhores atividades antioxidantes, ausência de potencial hemolítico e os maiores teores de substâncias fenólicas. Posteriormente, o extrato etanólico de folhas de L. camara (LCE) foi selecionado para a realização do fracionamento e purificação de substâncias com potencial antileishmanial, onde foi observado que LCE apresenta maior atividade biológica e/ou menor toxicidade que suas frações e composto puro. Diante do resultado anterior, LCE teve o seu mecanismo de ação investigado por meio de diferentes ensaios e foi caracterizado por UFLC-QTOF-MS. LCE induziu estresse oxidativo e causou alterações na mitocôndria, metabolismo lipídico, núcleo e cinetoplasto de formas promastigotas de L. amazonensis, conduzindo a morte celular principalmente por apoptose-like. Além disso, LCE aumentou os níveis de NO em macrófagos infectados com formas amastigotas. LCE apresentou em sua composição triterpenos, flavonoides, iridoides e terpenos glicosilados. Em relação à atividade anti-inflamatória, o extrato aquoso de M. frigidus (MFAq) foi selecionado devido a sua melhor atividade antioxidante. MFAq foi caracterizado por UFLC-QTOF-MS e teve seu potencial antioxidante investigado mais a fundo. MFAq foi investigado por meio de testes in vitro, in silico e in vivo. Além disso, esse extrato teve seu potencial citotóxico investigado mais a fundo em macrófagos peritoneais murinos e da linhagem J774A.1. MFAq demonstrou uma promissora atividade antioxidante em todos os testes realizados, não causou alterações citotóxicas nas linhagens de macrófagos testados. Os testes in vitro demostraram que MFAq foi capaz de reduzir a produção de NO, TGF-β, PGE2 e corpúsculos lipídicos em macrófagos estimulados com LPS e IFN-γ. MFAq apresentou a presença de flavonoides, alcaloides, dissacarídeos, ácidos fenólicos e quinonas glicosiladas. A análise in silico revelou que rutina e ácido clorogênico presentes em MFAq são inibidores promissores da ciclo-oxigenase 2 (COX2). Os resultados demonstram que o potencial antileishmanial dos extratos de L. camara pode estar relacionado aos teores de terpenos encontrados, dentre eles o ácido ursolico, e que essas substâncias provavelmente agem por meio de sinergia, uma vez que LCE demonstra uma atividade biológica mais promissora que suas frações/composto puro. A atividade antiinflamatória de MFAq também está relacionada com as substâncias químicas encontradas e provavelmente tem correlação com a presença de substâncias fenólicas.