Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Delgado, Waldeliza Araújo de Souza
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Orientador(a): |
Miranda, Sonia Regina
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Banca de defesa: |
Martins, André Silva
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Lucini, Marizete
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16631
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Resumo: |
Morte e vida de Pedros Brasileiros da Silva: jovens, atos infracionais e desafios do trabalho educativo é uma pesquisa caracterizada por um conjunto de histórias entrelaçadas construídas a partir da decisão ética e metodológica de privilegiar a narrativa de jovens cumpridores de medidas socioeducativas acerca de suas vivências e visões de mundo. Partiu-se da seguinte questão investigativa: De que modo tais jovens, ao narrar a vida, veem e podem ver, pela mediação das medidas socioeducativas, outros futuros possíveis para a construção da própria vida? À luz da inspiração na atitude dialógica e na reflexão política engendrada por Paulo Freire, esta pesquisa desejou conferir protagonismo às narrativas dos próprios jovens, secundarizando os grandes fatores estatísticos acerca das relações entre marginalização e infração entre jovens. Ao trazer para a cena investigativa principal a voz de jovens cumpridores de medidas socioeducativas de semiliberdade o trabalho buscou, em última análise, trazer para o debate público, especialmente para professores e professoras que recebem esses jovens em suas salas de aula uma reflexão sobre o compromisso ético e político com a educação e com a possibilidade da mesma (re)construir outros horizontes de expectativas para jovens que têm suas vidas atravessadas pelo binômio segregação econômica e racismo. Também pretende inspirar educadores na perspectiva de ações educativas que sejam a chave para abrir janelas para o mundo, pensando nesses jovens como sujeitos que podem sonhar outros futuros. A construção da empiria utilizada no trabalho pautou-se na conversa com jovens que, em algum momento de suas vidas cumpriram medidas socioeducativas, pela atribuição de ato infracional e esse conjunto de histórias semificcionais é visceralmente atravessado pelo racismo estrutural (Almeida, 2019) sobre o qual foi erguida a sociedade brasileira e que, ainda na atualidade, impõe suas marcas nas vivências de crianças e adolescentes no interior de instituições educacionais, inclusive nas escolas. Uma inspiração em Walter Benjamin (1987) conduziu à apropriação da obra de Jorge Amado – Capitães de Areia (2006) – para a composição de personagens unos e múltiplos designados como Pedros Brasileiros da Silva feita a partir de mônadas de diferentes sujeitos não identificados em virtude de questões relativas à segurança, mas que, pelo trato de inspiração literária, puderam ser mantidos em sua humanidade e historicidade reveladora de uma inscrição socialmente compartilhada. A intenção primordial na construção do trabalho foi a de utilizar uma metodologia humanizadora que nos possibilite escutar os jovens de maneira sensível e olhar para suas histórias de vida e construção de identidades despidos de preconceitos e estigmatização. Com isso, trabalhou-se na perspectiva de contribuir para o melhor entendimento de uma problemática socialmente relevante e que ainda é estudada e prescrita majoritariamente por atores exteriores ao campo da Educação e que, ao estabeleceram ações normativas, o fazem à luz de perspectivas predominantemente emanadas do campo do Direito ou da Psicologia. Nesse sentido, trata-se de uma pesquisa preocupada em tematizar as medidas socioeducativas para jovens à luz do entendimento do campo teórico e empírico da pesquisa educacional. Desse modo, buscou-se ouvir jovens egressos do sistema socioeducativo sobre suas sociabilidades; colocar na mesa de debates a problemática sobre como o campo da educação enfrenta o campo controverso das medidas socioeducativas no Brasil; perceber as motivações e desejos dos jovens envolvidos em atos infracionais e inspirar professores e professoras sobre a escuta sensível que envolve a prática educativa nas escolas. Paulo Freire apresentou-se como o uma bússola de inspiração que permite, a um universo indefinido de leitores desse trabalho, colocarem em correlação os dados aqui apontados a partir dos grupos focais que reuniram os jovens e a possibilidade de um diálogo aberto com professores e professoras sobre o trabalho educativo pautado na premissa de uma educação como prática de liberdade e garantia de Direitos Sociais e Humanos fundamentais |