Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Flores, Mariana Mendes
 |
Orientador(a): |
Ferreira, Rogério de Souza Sérgio
 |
Banca de defesa: |
Daibert, Barbara Ines Ribeiro Simoes
,
Arribas, Celia da Graça
,
Trefzger, Fabíola Simão Padilha
,
Otaviano, Cristiano
 |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
|
Departamento: |
Faculdade de Letras
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12421
|
Resumo: |
Esta tese tem como objetivo investigar as relações entre as narrativas de Ficção Científica O conto da aia ([1985] 2017), “Réquiem para a Humanidade” (2013) e “Projeto Áquila” (2013) e aquilo se compreende como Literatura Engajada. Considerados seus traços formais e conteúdos, a hipótese principal recai na possibilidade de as narrativas em questão se constituírem como versões alternativas à história oficial. Essa hipótese se baseia no fato de que tanto o romance como os dois contos em análise se estruturam em relatos testemunhais construídos por narradoras em acentuadas situações de opressão. Tais personagens se valem da elaboração de relatos clandestinos, uma vez que, nas circunstâncias em que estavam inseridas não podiam narrar, mas encontraram meios de fazê-lo. Na tentativa de comprovação da hipótese, valemo-nos das proposições de Jean-Paul Sartre ([1948] 2004) acerca daquilo que nomeia como Literatura Engajada, bem como das reflexões de Roland Barthes (1972; [1953] 2016) sobre a influência estética dos aspectos formais em narrativas com esse teor. Como se tratam de narrativas de Ficção Científica, são também de fundamental relevância as concepções de Brian McHale (1987) sobre o que denomina “perspectiva ontológica do literário” e de Darko Suvin (1979) em relação ao “estranhamento cognitivo” atrelado às produções do gênero. Apoiamo-nos, ainda, nas reflexões tecidas por Ritch Calvin (2016) acerca das relações entre aquilo que o teórico compreende como epistemologia e o gênero Ficção Científica Feminista. A fim de sustentarmos a noção da possibilidade de narrativas de Ficção Científica serem relacionadas a discursos historiográficos, recorreremos aos pensamentos de Linda Hutcheon (1991) sobre o “referente histórico” na ficção e à noção de arquivo, formulada por Derrida (2001) e interpretada por Figueiredo (2017). Ao longo do percurso, levantaremos ainda discussões acerca da posição descentrada do narrador contemporâneo à luz de Theodor Adorno (2003) e Jaime Ginzburg (2012), além de apontarmos relações dos objetos analíticos com aquela que tem sido nomeada como Epistemologia Feminista, com base nos fundamentos de Gayatri Spivak (2010), Sandra Harding ([1986] 2019; 1988; 1991), Donna Haraway ([1995] 2009), Patricia Hill Collins (1997) e Miranda Fricker (2007). |