Corpo e disciplina: os corpos dóceis em O conto da aia, de Margaret Atwood, e Não me abandone jamais, de Kazuo Ishiguro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Rodrigues, Anna Elisa Souza da Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23092
Resumo: A presente dissertação investiga os romances O conto da aia, de Margaret Atwood, e Não me abandone jamais, de Kazuo Ishiguro, por meio da relação entre corpo e poder, característica fundamental do gênero distopia. Nas duas obras examinadas, o corpo humano é um mero objeto usado em favor de terceiros. Este trabalho tem como hipótese que a disciplinarização dos corpos é uma estratégia essencial para a instauração e manutenção dos sistemas políticos e sociais supostamente ideais criados na ficção. Para os fins desta análise, partindo do conceito de utopia e da exemplificação através das utopias clássicas de Platão (2000), More (2004) e Campanella (2002), abordamos a origem e as características das distopias. Em seguida, exploramos os processos disciplinares por meio da teoria dos corpos dóceis de Michel Foucault (1999a, 1999b), que resulta da disciplina aplicada aos corpos para destituí-los de sua subjetividade, tornando-os meramente funcionais. Por fim, analisamos os romances de modo a demonstrar como os processos descritos por Foucault transformam as personagens em corpos-objetos em O conto da aia e condicionam os corpos pós-humanos de Não me abandone jamais para melhor atingir a finalidade para a qual foram criados, ou seja, a doação de órgãos.