Produção das transidentidades: psicologia e modos de subjetivação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Brandão, Brune Coelho lattes
Orientador(a): Perucchi, Juliana lattes
Banca de defesa: Duarte, Marco José de Oliveira lattes, Santos, Fabiane Rossi dos lattes, Jesus, Jaqueline Gomes de lattes, Teixeira, Flavia do Bonsucesso lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2022/00131
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17666
Resumo: As identidades trans, travestis e de identidade não-binária passaram por um processo histórico de psicopatologização, que reiteram processos cisnormativos de dominação. Tendo em vista as intersecções com os cuidados em saúde e as possibilidades de atuação dentro da Psicologia Comunitária, essa tese objetiva, a partir de uma pesquisa ação-participativa, compreender como os corpos não-cisgêneros se tornam sujeitos a partir de seu processo de transição de gênero. Assim, busca-se entender o mecanismo da cisnormatividade sob os processos de subjetivação das pessoas dissidentes da cisnorma; entendendo como outros marcadores sociais além do gênero atravessam a constituição de sujeitos de pessoas trans e como uma estratégia de pesquisa-ação- participativa em psicologia social comunitária opera nos processos de subjetivação – de abjeção ou de agência – dessas pessoas. Como metodologia, utilizou-se a transcrição dos encontros do grupo de apoio e militância Visitrans e dados de diário de campo, analisados à luz da Análise do Discurso em Foucault. Os resultados apontam que a psicopatologização se torna um eixo condutor da produção de subjetividades não-cisgêneras, de modo que seu tensionamento, através dos relatos de suas histórias de vida, possibilitam a emergência de novos sujeitos, de resistência. Isso implica entender as identidades de gênero de profissionais em jogo, de modo que a necessidade de produzir uma ciência transcentrada se apresenta como uma constante disputa de narrativa com os meios hegemônicos e formais que imperam nas universidades. Assim, essa tese se apresenta nesse sentido provocativo de reflexões de uma profissional da psicologia e trans que busca contribuir para a construção de novos parâmetros científicos pautados em princípios ético-políticos comprometidos com as demandas das populações à margem, de modo intersecional.