Processos de subjetivação de mulheres pretas psicólogas: humanidades e (re)existências

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Amaro, Tainá Valente
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17155
Resumo: Este estudo tem como objetivo mapear e compreender as estratégias coletivas de (re)existências que têm sido criadas por mulheres pretas psicólogas na cidade do Rio de Janeiro e Região Metropolitana. O referencial teórico-metodológico parte das teorias interseccionais pretas. A interseccionalidade busca compreender a forma com que racismo, patriarcalismo e opressão de classe articulam-se, criando desigualdades que estruturam as relações de gênero, raça, classe e outras. O campo de pesquisa compreendeu o mapeamento de redes, coletivos, grupos e demais movimentos construídos por psicólogas pretas que se dedicam a construção de uma Psicologia politicamente comprometida com as relações raciais. Após o mapeamento destas redes foram realizadas cinco entrevistas semiestruturadas com seis psicólogas pretas participantes de alguns destes movimentos. A partir das entrevistas, foi possível resgatar a história dessas redes, compreender suas formas organizativas, assim como compreender as trajetórias pessoais, de formação e atuação das participantes, no exercício de uma profissão tradicionalmente elitizada e que segue a lógica colonial de subalternização de pessoas pretas. Foi destacada a importância dos coletivos/grupos pretos da Psicologia para a (re)existência destas psicólogas na graduação e também como espaços de acolhimentos durante a prática profissional. Foi evidenciada o aumento da procura de atendimento psicológico por parte de pacientes pretos. A relação psicóloga preta - paciente preta/preto foi relatada como um desafio, pois são trazidas por estes pacientes demandas que não foram trabalhadas na formação em Psicologia. As relações com colegas e pacientes pretos auxiliam para que as psicólogas pretas consigam pensar seus próprios processos de subjetivação e de identificação racial, que se dediquem ao estudo das relações racias e construam práticas que permitam o cuidado integral da saúde da população negra. Faz-se eco as vozes que historicamente denunciam as dificuldades que a Psicologia hegemônica possui em se debruçar sobre os estudos de raça e racismo e o seu não comprometimento com a prática antirracista. Emerge a necessidade de construção de outras práticas, de outras Psicologias e a visibilidade da contribuição de pessoas pretas para a consolidação da Psicologia enquanto Ciência e Profissão no Brasil.