Morfometria geométrica e histologia: ferramentas complementares na estimativa do sexo de filhotes da tartaruga marinha Caretta caretta (Linnaeus, 1758) (Testudines, Cheloniidae) dos estados da Bahia e do Espírito Santo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Mendes, Sarah da Silva lattes
Orientador(a): Sousa, Bernadete Maria de lattes
Banca de defesa: Nascimento, Aparecida Alves do lattes, Novelli, Iara Alves lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ecologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5653
Resumo: Os filhotes e juvenis de quelônios não apresentam anatomicamente características sexuais secundárias visíveis, não sendo possível diferenciar o sexo através da observação da carapaça. Vários autores defendem a análise histológica como a melhor técnica para se realizar a sexagem de filhotes da espécie Caretta caretta. Os objetivos do presente trabalho foram realizar a identificação sexual de filhotes de C. caretta através da morfometria geométrica da carapaça e plastrão e da histomorfologia, além de verificar se há diferença entre as populações dos estados do Espírito Santo e da Bahia com base na morfometria geométrica da carapaça e plastrão. Foram utilizados 204 filhotes natimortos, coletados em diversos ninhos ao longo da praia de Sítio do Conde, Conde, Bahia, e de Regência Augusta, Linhares, Espírito Santo, ambas localizadas no Brasil. Para a análise morfométrica, cada animal teve a carapaça e o plastrão fotografados e os softwares TPSUtil, TPSDig2 e MorphoJ foram utilizados para a realização das análises pertinentes. Posicionados em decúbito dorsal, os espécimes foram ressecados e o plastrão e vísceras foram removidos para permitir a visualização das gônadas e rins, que depois de fotografados foram armazenados em formalina 10% tamponada. Posteriormente foram submetidos à técnica histológica convencional. Verificou-se uma razão sexual favorável às fêmeas. A análise de componentes principais não apontou diferença na carapaça e plastrão de machos e fêmeas das duas localidades. Apenas a análise de função discriminante revelou que há diferença entre a carapaça e plastrão dos espécimes das diferentes localidades. As gônadas estavam localizadas próximas ao hilo renal, com formato filiforme. Nos ovários foi possível observar o córtex constituído por epitélio cúbico simples ou estratificado bem desenvolvido envolvendo a medula desorganizada e rica em matriz intersticial. O córtex dos testículos era composto por um epitélio pavimentoso simples, medula muito bem desenvolvida e com pouca matriz intersticial, observando-se vários túbulos seminíferos. Trabalhos realizados com filhotes de tartaruga cabeçuda e outras espécies de quelônios, utilizando a morfometria geométrica, também demonstraram haver diferenças na carapaça e no plastrão que distinguem o sexo de filhotes recém nascidos. As características histológicas identificadas foram semelhantes às encontradas por outros autores. Outros trabalhos defendem que a análise macroscópica é suficiente para identificar o sexo de filhotes de tartarugas, o que foi demonstrado efetivamente para Dermochelys coriacea e Chelonia mydas, mas não foi efetivo para C. caretta. A morfometria geométrica se mostrou uma ferramenta promissora cuja análise pôde, conforme nosso estudo, corroborar a existência de duas sub-populações que ocorrem no litoral brasileiro.