Ecologia alimentar da tartaruga-cabeçuda, Caretta caretta (Linnaeus, 1758), por meio da análise de isótopos estáveis de carbono e de nitrogênio, no litoral do Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Santos, Gleici Natali Montanini dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Oceanografia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Oceanografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/13905
Resumo: A mensuração de isótopos estáveis é uma ferramenta que pode ser utilizada como complemento às análises de ecologia alimentar, pois, a composição isotópica de um predador esta diretamente relacionada com a de suas presas, por meio de uma dieta incorporada ao longo do tempo. O objetivo deste trabalho foi analisar a ecologia alimentar da tartaruga-cabeçuda Caretta caretta no litoral do Paraná e verificar se há diferença na alimentação de indivíduos juvenis e adultos, por meio da análise de isótopos estáveis de carbono e de nitrogênio. Foram coletados organismos da base da cadeia trófica (seston), 19 espécies de presas (n=94 espécimes) que compreenderam moluscos, crustáceos e peixes teleósteos, e 20 espécimes de tartarugas da espécie C. caretta encontradas encalhadas mortas nas praias do litoral do estado (12 juvenis e 8 adultos). Foram analisadas as razões isotópicas em alíquotas do tecido muscular das tartarugas e de suas presas. Para a razão de isótopos de carbono, os moluscos apresentaram valores entre -16,9 e -13,7 , os peixes entre -27 e -15 , os crustáceos entre -18,8 e -15,5 e C. caretta valores entre -19,5 e -16,0 . Já para a razão de nitrogênio, os moluscos apresentaram valores entre 10,3 e 13,9 , os peixes entre 8,9 e 14,8 , os crustáceos entre 9,5 e 14,3 e as tartarugas entre 9,9 e 18,3 . Separando-se as tartarugas por classe de tamanho, os juvenis apresentaram valores médios de -18,4 e 12,9 e os adultos de -16,8 e 16,2 , para as razões dos isótopos de carbono e de nitrogênio, respectivamente. As espécies de moluscos apresentaram valores para a razão isotópica de carbono mais altos que as tartarugas, indicando que poderiam não ser presas diretas da espécie, sendo assim, levantou-se a hipótese de que foram predados crustáceos ermitões no momento que utilizavam as conchas vazias. Os resultados das razões de isótopos de carbono e de nitrogênio apontam os peixes teleósteos como presas importantes, corroborando com o observado em outros estudos. Com relação as classes de maturidade, os valores para as duas razões isotópicas tenderam a aumentar com o aumento do comprimento curvilíneo de carapaça. Foi significativa a diferença nos valores entre juvenis e adultos, para ambas as razões isotópicas, mostrando que se alimentam de presas diferentes (Teste T de Student, p-valor < 0,05). Desta forma, levantou-se a hipótese de os juvenis estarem passando por uma fase de transição, quando se alimentam em diferentes ambientes, ou terem se fixado na zona nerítica há pouco tempo. Já os adultos estão se alimentando de presas de níveis tróficos mais altos que os juvenis, por isso a diferença nas razões dos isótopos. Conclui-se assim, que adultos e juvenis de C. caretta se alimentam de forma distinta no litoral do Paraná e ocupam diferentes níveis tróficos.