O público na cultura contemporânea: tempos e lugares de uma audiência imaginada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Fernandes, Fernanda Pires Alvarenga lattes
Orientador(a): Faria, Alexandre Graça lattes
Banca de defesa: Gumbrecht, Hans Ulrich lattes, Gomes, Renato Cordeiro lattes, Pereira, Prisca Rita Agustoni de Almeida lattes, Carrizo, Silvina Liliana lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4615
Resumo: O público contemporâneo parece manter características de diálogo, comunicação e democracia que ainda garantem certa unidade, porém mudou imensamente em diversos termos. É possível observar transformações que vão desde um novo tipo de público, os consumidores cujo direcionamento do discurso está conectado à retórica da publicidade, até questões da mediação discursiva realizada através de telas e profissionais midiáticos que contemporaneamente admitem uma interatividade antes impensável. Historicamente, o sentido de público enquanto plateia foi se desenvolvendo paralelamente ao significado original, derivado de res publica, e depois gradualmente o substituiu. Surgiu como alternativa para designar o espaço literário e social que se desenhava não mais apenas em torno do rei, la cour, nem se restringia aos burgueses de la ville, mas passa a atingir o gosto de um grand public e admitia a inclusão do parterre dentro de uma unidade cultural urbana delineada na França ao final do século XVII e XVIII (AUERBACH). Assim sinaliza-se para a interdependência entre uma forma literária, uma mentalidade específica e a formação de um público dentro de um processo histórico. Esta acepção de público ainda hoje guia o imaginário dos artistas em sua produção, embora diversos aspectos estruturais tenham transformado a realidade social contemporânea. Com a emergência de novas tecnologias da informação e da comunicação, questiona-se o papel das instâncias de consagração (imprensa, editoras, crítica etc.) enquanto supostos formadores de público, não apenas colocando em xeque a organização e os mediadores do circuito cultural, mas tensionando a ideia de audiência presumida. Partimos daí para a leitura de alguns casos na intenção de um gesto dêitico (GUMBRECHT), que apresente a complexidade da questão. Dentre eles, a Exposição em Desmontagem, de Yuri Firmeza, realizada no MAC do Centro Cultural Dragão do Mar, casos de censura a obras erótico-pornográficas e a ascensão da literatura e dos saraus na periferia urbana de São Paulo.