Desaparecer: ausências do corpo na arte contemporânea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Cevales, Renan Marcondes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27156/tde-26092022-112543/
Resumo: Este trabalho analisa obras contemporâneas produzidas por artistas brasileiros nos anos 10 do século XXI, nas quais eles se valem de diversas práticas de desaparecimento, criando situações em que os corpos não são vistos ou perdem importância. São analisadas A sagração da primavera: quadros de uma dívida não paga (2016), peça teatral do [pH2]: Estado de Teatro; Ensaio sobre a Dádiva (2015), instalação de Nuno Ramos; MIRANTES: Coreografia para uma paisagem (2013), dança site-specific de Pol Pi; Bondages (2017), solo de dança de Marta Soares e NoirBLUE: deslocamentos de uma dança (2018), curta-metragem de Ana Pi. Parte-se do argumento de que aspectos próprios da performance (como a visibilidade, a presença e a demonstração de um desempenho) são solicitados pela racionalidade neoliberal para criar uma situação de apelo viciado e contínuo à visibilidade e exposição dos corpos. Pela análise das obras, argumenta-se que essa presença, sempre conjugada com certa ausência por meio de desaparições e reaparições dos corpos, pode ser vista também como um modo de crítica política, urgente em um cenário no qual todos os domínios da vida privada estão submetidos à produção e exibição de si. Assim fazem-se notar noções e modos de presença que se dão necessariamente a partir de repetições, interrupções e desenquadramentos da visibilidade dos corpos em cena. A cada capítulo a discussão é norteada por um termo: recusa, destruição, detalhamento, dispersão e espaçamento. Objetiva-se, com isso, indicar o principal vetor mobilizado por cada obra para conjugar ausências em cena. Conclui-se traçando linhas convergentes entre as cinco obras analisadas, como o uso de blecautes e iluminações excessivas; a evidenciação do que está enquadrado e desenquadrado; procedimentos de apagamento do rosto humano e recursos dramatúrgicos pautados na circularidade e na repetição. A pesquisa visa não apenas dedicar a devida atenção a essas obras, de difícil definição e que tiveram pouca repercussão até agora, mas também criar ferramentas para ler, analisar e criar modos de performatividade que conjuguem situações de presença com situações de ausência.