Ainda ao vivo: entretenimento, arte e a relevância da presença

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Freire, Vítor Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100140/tde-12062024-203158/
Resumo: Em uma época em que a tecnologia nos permite alcançar uma enorme quantidade de conteúdos artísticos dentro de nossas próprias casas, por que ainda saímos para assistir a um show ou a um espetáculo? Nesta pesquisa, buscamos compreender qual é a relevância do entretenimento artístico presencial para o público de hoje. Assim, analisamos as práticas contemporâneas de entretenimento, focando em atividades presenciais com conteúdos de arte, especialmente aquelas de execução ao vivo, como shows musicais e espetáculos cênicos. Integrando o campo dos estudos turísticos, realizamos uma investigação de caráter qualitativo que soma, em seus procedimentos, leitura de bibliografia propositalmente interdisciplinar, observação de mídia, análise da oferta atual de entretenimento, entrevistas semiestruturadas com agentes de mercado e questionários com público de eventos artísticos. Na tese, sugerimos um entendimento mais objetivo para o conceito do entretenimento, procurando escapar da constante imprecisão (e do preconceito) que ainda o envolve, aprofundamos e defendemos as relações específicas que possui com o lazer, o turismo e a arte, e organizamos um panorama mercadológico para colaborar na percepção de sua importância econômica. Após, delimitamos o que compreendemos como experiência e oferta de experiência dentro do escopo do entretenimento, analisando como a busca por acontecimentos marcantes, memoráveis e pessoais pode traduzir parte do comportamento do público contemporâneo, mas também se tornar uma notável estratégia de mercado, especialmente com a intensificação dos estímulos corporais e da ludicidade das atividades. Por fim, focamos na questão da presença, observando a coexistência (e não substituição) entre as vertentes digital e presencial do entretenimento, e esmiuçando os significados de três níveis de relação que se mostram diferenciais do entretenimento artístico presencial: os encontros que se dão em torno da ida dos participantes ao evento; o comparecimento do público a um espaço extraordinário; a proximidade entre fãs, artistas e obras. Mais do que acesso a conteúdos, o entretenimento artístico presencial representa relações sociais, afetivas e sensoriais que não podem se configurar da mesma maneira no espaço doméstico, permitindo encontros agradáveis, foco no lazer desejado e conexões emocionais que mantêm sua relevância para o público de hoje.