Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Patricia Silva
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Orientador(a): |
Silva, Charlei Aparecido da
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Banca de defesa: |
Lamoso, Lisandra Pereira
,
François , Laurent
,
Figueiró, Adriano Severo
,
Marquezini, Ana Carolina Torelli
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Grande Dourados
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de pós-graduação em Geografia
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Departamento: |
Faculdade de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4570
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Resumo: |
A dinâmica na fronteira Brasil/Mato Grosso do Sul e Paraguai é marcada, por um lado, pela fluidez e porosidade das relações comerciais e interações entre as localidades, e de outro, pela rigidez e dureza, demonstrada, por exemplo, na apropriação da terra e produção de commodities. A ocupação desta fronteira não é exclusivamente territorial, é sucessivamente temporal, depende dos atores, públicos e privados, que a constroem, elaboram e dão condições para existência das dinâmicas que nela se estabelecem. Nesse contexto o modelo agroexportador, incorporado no território, cumpre papel-chave na formação de regiões marcadas por atividades econômicas específicas e dinamizadas pelos setores ligados a elas. Nessa abordagem, o território constituiu-se em uma lente analítica capaz de transpor para o primeiro plano a dinâmica estabelecida entre esses diversos atores sociais e suas relações de poder por meio de diferentes escalas espaciais. Para demonstrar essa dinâmica foi realizada uma revisão bibliográfica meticulosa, trabalhos de campo e adotados procedimentos técnicos e operacionais a fim de espacializar e compreender a articulação do modelo agroexportador da soja e as consequências socioambientais para áreas protegidas da área de estudo. Observou-se que a expansão espacial do cultivo de soja atrai capital para a mudança de uso da terra, intensificando a pressão sobre as áreas protegidas e fragmentos naturais, sobretudo em áreas fronteiriças onde a prática de se desviar das leis ambientais brasileiras para produzir do outro lado da linha internacional acaba acontecendo, inclusive com a conivência e incentivo da classe dominante paraguaia. Na região sudoeste de Mato Grosso do Sul e Região Oriental do Paraguai, as unidades de conservação (UC), terras indígenas (TI), áreas silvestres protegidas (ASP) e as comunidades indígenas mantiveram-se como ilhas cercadas por cultivos mecanizados. À margem da dinâmica do modelo agroexportador, a coexistência de comunidades tradicionais e produtores familiares ficam restritos a pequenas superfícies de terra – que geralmente vêm acompanhadas de problemas de degradação ambiental – e esbarram nas limitações para diversificação e incorporação tecnológica, condição que permitiria subsidiar uma estrutura agrícola mais diversificada de maior escala. Ao final, os produtos gerados e as análises espaciais empreendidas nesse estudo podem apoiar o desenvolvimento de estratégias para conservação das áreas protegidas, aliadas a produção de renda a partir do conhecimento que as populações indígenas ainda detêm, por exemplo. A associação desses objetivos tende a garantir múltiplos benefícios às populações tradicionais, minimizar os riscos de degradação das áreas protegidas e ainda assegurar a função dos serviços ecossistêmicos (fornecimento de água, regulação do clima) que as atividades agrícolas também são dependentes. |