Influência de fatores climáticos na dinâmica populacional de Bemisia tabaci (Gennadius, 1889) e Anthonomus grandis (Boheman, 1843) em algodoeiros Bt e não Bt no Estado de Mato Grosso do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Corrêa, Thais Araujo
Orientador(a): Fernandes, Marcos Gino lattes
Banca de defesa: Mussury, Rosilda Mara lattes, Aquino, Carla Cristina Dutra de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade
Departamento: Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1157
Resumo: A agricultura é uma atividade altamente dependente de fatores climáticos, por isso a mudança no clima pode afetar a produção agrícola de várias formas. Por exemplo, a ocorrência de pragas nas grandes culturas no Brasil tem se tornado ainda mais séria devido às variações climáticas. Os insetos encontram-se entre os organismos que mais podem ser afetados pelas variações climáticas em virtude de o clima ter expressivo controle sobre seu desenvolvimento, reprodução e sobrevivência. O algodão Gossypium hirsutum L. (Malvales: Malvaceae) é uma cultura que atrai e abriga um grande número de insetos-pragas, que acometem as plantas desde as raízes até os capulhos, afetando a produtividade e características importantes das fibras, impossibilitando que a cultura alcance seu máximo rendimento produtivo. Dentre as principais pragas podemos citar o bicudo-do-algodoeiro, Anthonomus grandis Boheman (Coleoptera: Curculionidae) e a mosca-branca, Bemisia tabaci Gennadius (Aleyrodidae: Hemiptera). Nesse sentido, este trabalho teve como objetivos relacionar a dinâmica populacional de adultos de A. grandis e B. tabaci com os fatores climáticos (temperatura média, umidade média e a precipitação pluviométrica), em cultivares de algodão Bt comparativamente com cultivar não Bt. Os experimentos foram realizados na região Centro-Oeste brasileira que é considerada a principal produtora nacional de algodão. Nos municípios de Maracaju, MS e Chapadão do Sul, MS. Em Maracaju o experimento foi estabelecido na Estação Experimental Fundação MS, em Chapadão do Sul na Fundação Chapadão. Cada campo em ambos os municípios era composto por três áreas amostrais de 25m x 60m, sendo cada área amostral semeadas com diferentes cultivares de algodão: dois campos com cultivar Bt (NuOpal® e WideStrike ®), e um campo com algodão convencional (DeltaOpal®). Nas áreas amostrais em Maracaju não foram feitas aplicações de inseticidas, já em Chapadão do Sul houve aplicações de inseticidas sempre que as pragas chaves atingiam nível populacional de controle. As avaliações foram distintas para cada inseto avaliado e consistiam na inspeção visual da planta anotando-se o número de adultos de A. grandis por planta e o número de plantas com B. tabaci. Realizaram-se 10 amostragens em cada área amostral a cada dois dias, em Maracaju as avaliações foram nos meses de fevereiro e março de 2017, e em Chapadão do Sul ocorreram nos meses de março a abril de 2017. As plantas avaliadas foram selecionadas de forma totalmente aleatória, sendo inspecionadas 50 plantas em cada campo amostral. Os dados meteorológicos foram registrados durante todo período de avaliação em ambos os municípios. A infestação de adultos de B. tabaci em Maracaju foi mais alta (33,46), em comparação com Chapadão do Sul (5,30). A infestação de A. grandis. foi maior em Chapadão do sul (16,20) em relação ao município de Maracaju (3,43). Provavelmente, as aplicações de inseticidas realizadas nas áreas de Chapadão do Sul controlaram eficientemente as moscas-brancas, mas não foram eficientes no controle de bicudo-do-algodoeiro, provavelmente pelas diferenças na biologia do inseto e ao fato das numerosas aplicações de inseticidas, podendo este inseto estar evoluindo resistência aos produtos químicos utilizados. Quanto aos fatores climáticos, comprovou-se que a precipitação pluviométrica possui forte correlação negativa com a população de B. tabaci nos dois locais de estudo; já a umidade atmosférica apresenta uma forte correlação negativa com a população de adultos de A. grandis. em ambos os municípios. Portanto, é esperado que, em anos que ocorra elevada precipitação e/ou umidade atmosférica durante o período de desenvolvimento da cultura, haja baixa incidência dessas pragas.