Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Knapp, Cássio
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Orientador(a): |
Ramos, Antônio Dari
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Grande Dourados
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de pós-graduação em História
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Departamento: |
Faculdade de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/377
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Resumo: |
Desenvolvemos neste trabalho uma análise dos processos educativos escolarizados que atingiram as populações Guarani e Kaiowá de Mato Grosso do Sul, sobretudo, observando como se constituiu, nesse processo histórico, a construção de um modelo que se apresenta definidor de uma proposta de Educação Escolar Indígena específica e diferenciada. Nesse sentido, investigamos os aspectos que justificam essa especificidade e diferença, a partir da compreensão de um bilinguismo intercultural situado na observação do ensino da primeira língua (L1) e da segunda língua (L2). Os questionamentos gerados sugerem a seguinte tese: no que se refere ao desenvolvimento de um sujeito bilíngue - em que seja possível manter a língua materna desenvolvendo todas as competências comunicativas (falar, entender, ler e escrever), ainda que essas competências sejam desenvolvidas em níveis diferentes em ambas as línguas - os processos de escolarização dos Guarani e Kaiowá, ao longo da história, são tão devedores da ação missionária quanto dos cursos de formação de professores ou da escola indígena, principalmente no que diz respeito à relação com o domínio da língua guarani em sua modalidade escrita. Desse modo, é objeto de nossa pesquisa passa pela forma como os indígenas se apropriaram dos processos de escrita no modelo de escolarização das Reduções Jesuítico-Guarani até a forma como foi desenvolvido o ensino de língua indígena e da língua portuguesa na escola da Missão Evangélica Unida, na Reserva Indígena de Pirajuí, localizada no município de Paranhos, MS. Desse modo, ressaltamos que, embora seja analisada uma periodização relativamente longa desses modelos de educação, essa periodização é marcada mais pela diversidade das agências de controle da oferta da escola do que propriamente pela diversidade de modelos de educação. Nessa perspectiva, observamos que os modelos de ensino adotados atualmente ainda não conseguiram contribuir para um ensino eficaz das línguas Guarani e Kaiowá capaz de manter e de ampliar seus usos. Parece ser paradoxal que, ao longo da história, os modelos de alfabetização e letramento que conseguiram ampliar o uso da língua guarani escrita foram desenvolvidos com objetivos evangelizadores, proselitistas e civilizatórios. Para darmos conta do tema exposto, procuramos uma leitura intermultidisciplinar em nossas categorias de análise. Com relação as categorias analíticas da Linguística e da Linguística aplicada, cabe observar que a noção de bilinguismo é de fundamental importância para análise dessa realidade educacional. Da mesma forma, a compreensão que a Educação e a Linguística Aplicada desenvolvem para a noção de alfabetização e letramento, bem como, dos modelos de programas de bilinguismo e ensino de línguas adotados para os projetos educacionais à esses povos indígenas. Para reflexão sobre a realidade educacional dos Guarani e Kaiowá, utilizamos desde o conjunto mais geral das políticas públicas que envolvem a Educação Escolar Indígena, a elaboração de um diagnóstico educacional do Cone Sul do estado, bem como, especificamente, documentos que envolvem os cursos de formação de professores indígenas (Curso Normal Médio Ára Vera e Curso formação Superior Licenciatura Intercultural Indígena – Teko Arandu), principalmente sobre os conjuntos de documentos que fazem relação ao papel das línguas nesses cursos. Com relação ao Teko Arandu, cabe observar que nossa posição como docente nos coloca em um lugar privilegiado para realizar essas observações. Ressaltamos ainda que o trabalho de investigação aqui proposto se justifica pela motivação da nossa atuação com a educação e formação de professores indígenas. Reconhecemos que as diferentes experiências de que temos participado nos possibilitam constantes questionamentos com relação à educação escolar e à escola em sociedades culturalmente diferentes. São situações de desconforto frente a debates que, por uma falta de clareza sobre os próprios mecanismos de diferenciação escolar, têm auxiliado na reprodução de discursos superficiais sobre a relação entre educação e cultura para as escolas indígenas. |