Cinética de fermentação ruminal de dietas com coprodutos da cadeia produtiva do biodiesel

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Luiz Henrique Xavier da lattes
Orientador(a): Goes, Rafael Henrique de Tonissi e Buschinelli de lattes
Banca de defesa: Cabral, Luciano da Silva lattes, Ítavo, Luís Carlos Vinhas lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Zootecnia
Departamento: Faculdade de Ciências Agrárias
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/758
Resumo: Objetivou-se com o presente trabalho determinar o efeito de níveis crescentes de coproduto (torta de girassol e torta de crambe) em dietas utilizadas na alimentação de ruminantes (bovinos e ovinos) sobre a digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS), matéria orgânica (DIVMO), proteína bruta (DIVPB), a cinética da produção cumulativa de gases, parâmetros da fermentação ruminal, concentração de N- amoniacal (N-NH3) e pH in vitro. Foram utilizadas duas dietas para o experimento com torta de girassol, sendo que, na dieta experimental 1: caracterizada pela presença de Brachiaria brizantha cv Marandu como volumoso e os concentrados que apresentavam diferentes proporções de torta de girassol sendo; 0 g/kg, 200 g/kg, 400 g/kg e 600 g/kg em substituição parcial ao farelo de soja em uma relação volumoso concentrado de 60 : 40. A dieta experimental 2, utilizou feno de Tiflon como volumoso e os concentrados caracterizaram-se pela presença de 0 g/kg, 100 g/kg, 200 g/kg e 300 g/kg de inclusão da torta de girassol no concentrado, a relação volumoso concentrado adotada foi de 50 : 50. Na avaliação da torta de crambe foram utilizadas duas dietas, sendo que, a dieta experimental 1: caracterizada pela presença de Brachiaria brizantha cv Marandu como volumoso e os concentrados que apresentavam diferentes proporções de torta de crambe sendo; 0 g/kg, 50 g/kg, 100 g/kg e 150 g/kg em substituição ao farelo de soja em uma relação volumoso concentrado de 40 : 60. A dieta experimental 2: utilizou silagem de milho como volumoso e os concentrados caracterizaram-se pela presença de 0 g/kg, 50 g/kg, 100 g/kg e 150 g/kg de inclusão da torta de crambe em substituição ao farelo de soja no concentrado, a relação volumoso concentrado adotada foi de 30 : 70. A metodologia empregada para realizar as incubações, coletas e análises do trabalho com torta de girassol foi a mesma usada para torta de crambe, e seguiram as seguintes regras: Os coeficientes da DIVMS, N-amoniacal (N-NH3) e pH do líquido ruminal, produção cumulativa de gases e parâmetros cinéticos da fermentação ruminal foram determinados utilizando o inóculo ruminal e a solução tampão. Para a determinação da produção total de gás e os parâmetros da cinética da fermentação ruminal, foi utilizada a técnica automática in vitro. O aumento da pressão produzido dentro dos frascos durante a incubação foi mensurado em libras por polegada quadrada (psi) utilizando sistema automático RF: Gás Production System® (ANKOM). Foi realizado uma adaptação nas tampas de jarros de vidros utilizados para simular as condições do rúmem em uma digestibilidade in vitro, podendo desta forma, determinar a concentração 71 de N-amoniacal e do pH do líquido ruminal. O ajuste das curvas e as estimativas dos parâmetros de interesse biológico foram realizados utilizando-se o processo iterativo do Gauss-Newton por meio do procedimento para modelos não lineares do programa SAEG. As DIVMS e DIVMO apresentaram efeito quadrático para as dois experimentos com torta de girassol, no experimento 1 o ponto máximo foi para a dieta com 200 g/kg de torta de girassol, no experimento 2 o ponto máximo de DIVMS foi para a dieta com 200 g/kg e para DIVMO a dieta com 0 g/kg foi a que apresentou o ponto máximo de digestibilidade. Os parâmetros cinéticos do experimento 1 não apresentaram efeito quadrático diferente do experimento 2 em que os parâmetros C(horas), D(mL/gás), E(/h) apresentaram efeito quadrático. Nos experimentos com torta de crambe observou-se efeito quadrático para a DIVMO do experimento 1, sendo a dieta de 150 g/kg com o ponto máximo. No experimento 2 houve efeito quadrático para DIVMS e DIVMO sendo o ponto de máximo para a dieta com 0 g/kg. O uso da dieta experimental 1 com torta de girassol, reduziu a digestibilidade in vitro da matéria seca e matéria orgânica, e aumentou para proteína bruta, não interferiu nos parâmetros cinéticos, reduziu o pH e aumentou o N-amoniacal. Na dieta experimental 2 com torta de girassol, apresentou diminuição da digestibilidade da MS e MO assim como a dieta experimental 1, porém não interferiu na digestibilidade da proteína bruta, restringiu a produção de gás oriundos da degradação da fração dos carboidratos fibrosos e reduziu os parâmetros pH e N- amoniacal. A torta de crambe é um co89 produto com um bom perfil de cinética de fermentação ruminal no que diz respeito à degradação de carboidratos não fibrosos e carboidratos fibrosos, sendo potenciais fornecedores de energia e proteína na dieta de ruminantes. A substituição do farelo de soja pela torta de crambe suscitou uma redução da digestibilidade da matéria seca, matéria orgânica e proteína bruta, porém, esta redução não impede que o mesmo seja utilizado em até 150 g/kg de substituição ao farelo de soja. O uso de dietas com substituição parcial e inclusão da torta de girassol no concentrado reduziu a digestibilidade in vitro da matéria seca e matéria orgânica, e aumentou para proteína bruta, restringiu a produção de gás oriundos da degradação da fração dos carboidratos fibrosos, reduziu o pH e aumentou o N-amoniacal.