Potencial produtivo de novilhas da raça “pantaneira” alimentadas com fenos de baixa qualidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Rufino Junior, João lattes
Orientador(a): Oliveira, Marcus Vinicius Morais de lattes
Banca de defesa: Goes, Rafael Henrique de Tonissi e Buschinelli de lattes, Carvalho, Daniel Marino Guedes de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Zootecnia
Departamento: Faculdade de Ciências Agrárias
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/727
Resumo: Os bovinos da raça “Pantaneira” são um recurso genético naturalizado no Pantanal brasileiro. Sendo originário da Península Ibérica, na Europa, estes animais tiveram que modificar suas características fenotípicas para se adaptarem às condições climáticas e nutricionais peculiares da planície Pantaneira, reproduzindo e multiplicando-se livremente ao longo dos séculos com pouca interferência humana. Apesar de dominarem o cenário pecuário no passado, atualmente este grupamento genético encontra-se em risco de extinção. Além disso, como as informações zootécnicas dos bovinos da raça “Pantaneira” são escassas, faz-se necessário efetuar avaliações sobre a capacidade destes animais em aproveitar forrageiras, especialmente às de baixa qualidade. Assim objetivou-se com este experimento avaliar o potencial produtivo de novilhas pantaneiras alimentadas com diferentes fenos, através de medições no consumo, digestibilidade e ganho de peso; e concomitantemente gerar informações que possam ajudar na manutenção desta espécie, de modo que a mesma se torne um banco de germoplasma In Situ. Para isso foram utilizadas quinze novilhas, com peso corporal médio de 298,0 kg mantidas em confinamento e alimentadas com dietas contendo volumoso e concentrado nas proporções 60:40% na matéria seca, respectivamente. Como volumoso foram utilizados os fenos de Brachiaria brizantha cv. Piatã, Panicum maximum cv. Massai e Stylosantes capitata/macrocephala cv. Campo Grande; sendo, portanto testadas duas gramíneas e uma leguminosa. As dietas contendo teores protéicos semelhantes foram ofertadas duas vezes ao dia, às 7h00 e às 16h00. Determinou-se o desempenho dos animais através do consumo de matéria seca, expresso em kg/dia, em percentagem do peso corporal e em função do peso metabólico, da conversão alimentar, ganho de peso médio diário e dos ganhos em altura de cernelha e de garupa. As novilhas foram pesadas em intervalos de 28 dias, após um jejum de sólidos de 12 horas. No mesmo dia foram mensuradas as alturas de cernelha e de garupa. Também foram verificadas a digestibilidade dos nutrientes, as concentrações de glicose e de uréia plasmática, e a perda urinária de nitrogênio. Os dados foram interpretados por meio de análise de variância e teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. As diferentes forrageiras não influenciaram no desempenho dos animais, os quais apresentaram um peso corpóreo final médio de 336,9 kg e um ganho de peso de 460 g/dia. Também não foram observadas diferenças estatísticas para as variáveis consumo, conversão alimentar e ganhos na altura de cernelha e de garupa com médias de 6,77 kgMS/animal/dia; 15,4; 2,0 cm e 2,0 cm respectivamente. A digestibilidade aparente da matéria seca, matéria orgânica, proteína bruta e carboidratos totais foram maiores para os animais alimentados com feno de Piatã. Não havendo, no entanto, diferenças na digestibilidade dos carboidratos não fibrosos e matéria mineral. Já a digestibilidade da fibra em detergente ácida foi inferior para a dieta contendo a leguminosa Estilozantes. Por outro lado, a digestibilidade da fibra em detergente neutro foi estatisticamente diferente entre as forrageiras avaliadas, com maior aproveitamento do Piatã, seguido pelo Massai e Estilozantes. Quanto aos níveis séricos de glicose e de uréia, bem como a excreção de N-uréico os mesmos foram estatisticamente semelhantes com médias de 71,03 mg/dl; 6,71 mg/dl e 154,75 mg/kgPC, respectivamente. Conclui-se que as forrageiras testadas não influenciaram o consumo, o ganho de peso diário e o crescimento corpóreo de novilhas da raça “Pantaneira”, sendo que dentre as forrageiras testadas a Brachiaria brizantha cv. Piatã foi a que apresentou a melhor digestibilidade aparente.