A História de um livro sem fim: uma leitura sobre as representações da finitude em as intermitências da morte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Gomes, Steffany Romualdo Sousa lattes
Orientador(a): Dantas, Gregório Foganholi lattes
Banca de defesa: Medeiros, Márcia Maria de lattes, Barzotto, Leoné Astride lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Letras
Departamento: Faculdade de Comunicação, Artes e Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/964
Resumo: José Saramago (1922 – 2010) é definido por sua escrita singular formada por longos parágrafos e sem marcas tradicionais de diálogos, como espaçamentos e travessões, indicando-os pelo próprio contexto, entre letras maiúsculas, além de registrar em seus romances os mais diversos assuntos com muita ironia e bom humor. Assim, em primeira instância, esta pesquisa desenvolve-se a partir de um aprofundamento, pautado nos estudos de Ana Paula Arnaut (2008; 2011), acerca de como se constitui a terceira fase de escrita do autor português, considerando que no decorrer de seus inúmeros romances o escritor tenha passado por transições estilísticas e de abordagem até se encaminhar para o denominado período Fabular, no qual se apropriou predominantemente das estruturadas fabulares e do fantástico contemporâneo para compor suas obras. Nesse sentido, este estudo tem como objeto o livro As Intermitências da Morte (2005), a fim de compreender como são construídas as personagens diante da temática central do enredo; a morte. Para tanto, a análise se desdobra a partir de como a narrativa apresenta o tema da morte personificada como protagonista da trama, ocupando inicialmente, em relação às outras personagens, um papel de fenômeno biológico, posteriormente, a figura mais reconhecida no âmbito do imaginário, como esqueleto que mora em um espaço paralelo acompanhada de sua foice para, então, adquirir nova forma, transfigurando-se em mulher, posição essa que muda seu status dentro da narrativa. Dessa maneira, tendo a construção da personagem Morte como parâmetro de investigação, intenciona-se contrastar, a partir das teorias de Norbert Elias (2001) e Philippe Ariès (2012) os elementos que fundamentam as transformações histórico sociais diante da finitude, considerando que Saramago se utiliza de diversos processos sociais com relação ao comportamento do homem perante a morte para delinear seu enredo, não só no modo através do qual concretiza a personagem, como também pelo qual elabora a atuação dos demais envolvidos na trama com relação à morte e o morrer.