Desdobramentos do “eu” em O Homem duplicado, de José Saramago

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Mariane Ferreira da lattes
Orientador(a): Dantas, Gregório Foganholi lattes
Banca de defesa: Giroldo, Ramiro lattes, Oliveira, Paulo Custódio de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Letras
Departamento: Faculdade de Comunicação, Artes e Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1835
Resumo: O romance O homem duplicado (2002), do português José Saramago, revela por meio da temática do duplo, os conflitos e anseios do protagonista Tertuliano Máximo Afonso com relação ao seu outro “eu” bem como sua própria existência. Tertuliano é um professor de História divorciado que vive na solidão e melancolia, até o descobrimento de seu sósia. A partir desse momento, é coagido a agir, vivenciando a problemática do “outro”. Deste modo, a presente pesquisa tem como objetivo analisar a questão do duplo no romance considerando seus aspectos formais e temáticos. Inicialmente iremos tecer uma reflexão sobre a fase alegórica, ou universal, de José Saramago, na qual O homem duplicado está inserido, com o apoio de teóricos como João Marques Lopes (2010) e Ana Paula Arnaut (2008). Pretende-se também dialogar com as principais teorias do tema do duplo haja vista que ele, por meio, sobretudo, da ficção, vem revelando os constantes conflitos do homem com o “outro”, conceitos que são refletidos nas teorias de Nicole Fernandez Bravo (2000) e Adilson Santos (2009). Além do mais, o duplo é bastante debatido na literatura fantástica, com mais ênfase do século XVIII à atualidade. Assim, espera-se também debater sobre as teorias do fantástico, uma vez que o conflito do romance se dá por meio de um elemento tipicamente insólito: a aparição sobrenatural do duplo. Estas premissas compactuam com os pensamentos dos escritores como Tzevetan Todorov (1992) e David Roas (2013), que servirão de norte para a reflexão sobre o fantástico. Acrescenta-se ainda, o fato de que O homem duplicado apresenta a questão da duplicidade não apenas no tema, mas também aborda o desdobramento em outros aspectos, como, por exemplo, a própria linguagem que se revela múltipla, a constituição fragmentada do personagem, bem como a presença de várias vozes que coexistem no todo romanesco, fatores que terão como suporte os conceitos de polifonia e dialogismo formulados por Mikhail Bakhtin (1963). Deste modo, essas circunstâncias apontam para uma narrativa fragmentada, múltipla e inacabada que está totalmente atrelada a própria condição de Tertuliano.