Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Souza, Ilma Regina Castro Saramago de
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Orientador(a): |
Bruno, Marilda Moraes Garcia
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Banca de defesa: |
Backes, José Licínio
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Pereira, Levi Marques
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Silva, Aline Maira da
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Silva, Thaise da
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Grande Dourados
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de pós-graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1133
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Resumo: |
Este trabalho teve como objetivo geral evidenciar o discurso de professores indígenas Guarani e Kaiowá referentes as suas práticas pedagógicas, a partir da educação diferenciada e intercultural, bem como analisar de que forma são articulados os diferentes conhecimentos tradicionais que circulam no cotidiano da escola. Os objetivos específicos desdobraram-se em: a) Compreender a constituição do sujeito Guarani e Kaiowá, a partir dos seus aspectos históricos, culturais e as relações de poder vivenciadas; b) Evidenciar a inter-relação entre os diferentes saberes, conhecimentos e culturas que circulam na educação escolar indígena, em especial nas escolas da Reserva Indígena Francisco Horta Barbosa em Dourados/MS; c) Analisar os discursos dos professores indígenas, quanto aos conceitos, sentidos e possíveis impactos sobre as práticas pedagógicas e a promoção dos diálogos interculturais na escola. Em virtude da complexidade do nosso objeto de pesquisa, buscamos articular referenciais teóricos-metodológicos pós-críticos como os Estudos Culturais, a etnografia educacional, bem como a análise do discurso na perspectiva foucaultiana. O lócus da pesquisa foram duas escolas indígenas: uma localizada na Aldeia Bororo e a outra escola está localizada na Aldeia Jaguapiru, ambas na Reserva Indígena Francisco Horta Barbosa. Os sujeitos participantes foram seis professores indígenas sendo quatro da etnia Guarani e dois da etnia Kaiowá, dentre os professores quatro são do sexo feminino e dois do sexo masculino. Para a coleta de dados, foram utilizadas estratégias descritivos-analíticas registradas no caderno de campo, a partir do que observamos, ouvimos e questionamos, especialmente nos espaços das salas de aulas, onde os professores atuam. Para tanto, usamos procedimentos da etnografia pós-moderna como: narrativas, entrevistas com os professores, análise de documentos, textos, livros, projetos. Coletamos cartazes, figuras, desenhos e fotografias do ambiente e do fazer pedagógico dos professores indígenas. Nas análises dos ditos e escritos, buscamos evidenciar os saberes locais, os pensamentos, as produções, os conflitos, as relações de poder, as condições de possibilidades e situações de exclusão. Assim, destacamos que os professores indígenas sentem-se orgulhosos de sua profissão, bem como a sua família e a comunidade; eles acreditam que ser professor nas escolas indígenas é um privilégio, pois são responsáveis pela formação escolar da comunidade. Os discursos dos professores apontam algumas dificuldades para a ação pedagógica, dentre elas a falta de contextualização específica quanto aos livros didáticos, pois nenhum deles traz referências sobre a sua língua ou a sua cultura, a escassez de material didático para a preparação das aulas e a indiferença governamental para com a escola indígena. Quanto à formação dos professores, verificamos que dois deles são formados em instituição pública, sendo os demais formados em instituição privada. As narrativas indicam que as formações continuadas oferecidas para os docentes precisam ser repensadas, a fim de que atendam às necessidades, as demandas e a complexidade que atravessam a educação escolar indígena. Para além das dificuldades encontradas, os professores têm buscado ressignificar as práticas pedagógicas, articulando-as com os conhecimentos culturais do seu povo, a partir de uma perspectiva intercultural. Esperamos que esta pesquisa contribua para que os professores continuem a ressignificar o que já foi pensado para a educação escolar indígena, e que sejam protagonistas da sua educação a partir de reflexões, ações críticas, produção de novos sentidos e posições que lhes permitam ser os escritores das suas futuras histórias educacionais. |