Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Menezes, Valéria Sales
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Orientador(a): |
Barzotto, Leoné Astride
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Banca de defesa: |
Pressotto, Paulo Henrique
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Bungart Neto, Paulo
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Grande Dourados
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de pós-graduação em Letras
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Departamento: |
Faculdade de Comunicação, Artes e Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1826
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Resumo: |
Na obra A ilha sob o mar (2010), a escritora Isabel Allende (1942) tem a preocupação de nos revelar uma nova versão da história da mulher/negra/colonizada não apenas caribenha, mas acima de tudo latino-americana, que por séculos foi esquecida pelo Ocidente. Nessa outra versão, uma espécie de releitura pós-colonial de O reino deste mundo (2009), de Alejo Carpentier, a história da colonização e da independência das terras que correspondem ao atual Haiti nos é contada por uma escrava: Zarité. Como personagem principal, Zarité toma a palavra para si e torna-se sujeito da narrativa, na qual representa uma coletividade marcada pela escravidão como propulsora de abusos e opressões advindas da colonização. Deste modo, o objetivo deste trabalho é recuperar o colonialismo e a escravidão como um dos maiores eventos traumáticos da humanidade e que, a partir de um auctor, pode testemunhar por tantas mulheres negras que sofreram os mais diversos abusos durante esse período de reificação humana. Assim, é por meio de Zarité que compreendemos o desejo de liberdade do sujeito haitiano diante das amarras impostas pelos colonizadores do final século XVIII e início do século XIX, visto que, nos rebelamos conscientemente contra tudo aquilo que nos afetou historicamente e que interfere diretamente em nossos aspectos sociais e culturais; logo, podemos relacionar esse desejo de liberdade com o conceito cunhado por Walter Mignolo (2003), o pensamento liminar, na qual evidenciam-se todos os saberes e histórias que foram subalternizadas ao longo do tempo e do processo colonizador, criando assim protagonismos; o que nos leva diretamente à história da personagem, a qual reconta sua história a fim de descolonizar os saberes que nos foram impostos, isso através principalmente de sua religião: o Vodu, que concretiza-se e afirma-se por meio do real maravilhoso tão característico desta parte do globo. Além de Mignolo, teóricos como Figueiredo (1998, 2010, 2011), James (2010), Chiampi (2015), Ballestrin (2013), Hutcheon (1991), Pons (1991), Derrida (2001) e Ricoeur (2007) também foram utilizados como base nesta pesquisa. |