Eju Orendive: as “palavras-caminho” na obra do grupo indígena de rap Brô MC’s

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Correia, Rodrigo Bento lattes
Orientador(a): Fernandes, Célia Regina Delácio lattes
Banca de defesa: Goettert, Jones Dari lattes, Silva, Denise lattes, Crespe, Aline Castilho lattes, Esper, Gil de Medeiros lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Letras
Departamento: Faculdade de Comunicação, Artes e Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/5289
Resumo: A questão da representação e da autorrepresentação indígena junto à cultura hegemônica brasileira é o pano de fundo contra o qual se descortinam as reflexões propostas nesta dissertação. Para tanto, faz-se necessário compreender a construção da imagem indígena junto ao imaginário nacional, seu caráter unilateral e que frequentemente atendeu a interesses de um projeto que buscou reduzir as epistemologias e alteridades indígenas. Nesse sentido, estudar e discutir teorias e práticas decoloniais, que visem romper o monopólio epistemológico hegemônico, torna-se uma ação necessária e libertadora, especialmente no que tange à questão indígena. À luz de intelectuais indígenas como Ailton Krenak (2015), Daniel Munduruku (2012; 2018), Eliane Potiguara (2004), Olívio Juekupé (2009), Graça Graúna (2013) e Julie Dorrico (2020), pretende-se direcionar nossa atenção à forma como a prática literária teve, e tem, papel central no processo de reconstrução da imagem dos povos indígenas e na conquista de seu protagonismo na produção de narrativas autorrepresentacionais. Partindo de um entendimento mais amplo do conceito de literatura, no que tange à produção nativa, objetivase traçar um breve panorama dos caminhos da palavra na luta dos povos originários, afim de criarmos condições para a compreensão da produção do grupo indígena de rap Brô MC’s, formado por jovens Guarani Kaiowá da Reserva Indígena de Dourados-MS, como uma prática literária de extrema importância artística, cultural, social e política. Busca-se relacionar o trabalho do grupo com o arcabouço teórico reunido, para que seja possível identificar nas letras do Brô MC’s, os caminhos e a potência gerados pela palavra indígena desde sua concepção cosmológica nhë’e. Nesse percurso, objetiva-se encontrar nos estudos pós-coloniais um amparo teórico para delimitação de práticas invisibilizantes e silenciadoras empreendidas pelo sistema hegemônico, bem como para a compreensão das estratégias de que podem lançar mão os sujeitos subalternizados, por meio de diálogos com intelectuais como Gayatri Spivak (2010), Walter Mignolo (2003). Silviano Santiago (2000) e Aníbal Quijano (2005). Por fim, a partir dessas concepções teóricas, propõe-se a análise das letras das canções Eju orendive, Terra vermelha e A vida que eu levo, criando-se conexões entre essas obras e o caráter político, cultural e emancipatório que reside na produção da literatura indígena brasileira contemporânea.