As Paisagens da faixa de fronteira Brasil/Bolívia: complexidades do Pantanal sul-matogrossense e suas potencialidades para o turismo de natureza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Martins, Patrícia Cristina Statella lattes
Orientador(a): Silva, Charlei Aparecido da lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Geografia
Departamento: Faculdade de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/404
Resumo: O Pantanal está localizado na Bacia do Alto Paraguai e se estende pelo Brasil, Bolívia e Paraguai, sendo considerado a maior planície de inundação contínua do mundo. Sua importância está relacionada à grande variedade florística e faunística, que resulta em um mosaico de paisagens único. Nesse âmbito, a presente pesquisa teve como foco as paisagens do Pantanal da faixa de fronteira Brasil-Bolívia, nas adjacências de Corumbá/MS, Puerto Suárez e Puerto Quijarro/Santa Cruz. A paisagem é um dos recursos primordiais para a realização e desenvolvimento da atividade turística, por isso, o principal objetivo foi investigar a paisagem de maneira descritiva, analítica e de síntese, utilizando critérios como forma, estrutura e função. Os objetivos específicos visaram caracterizar o Pantanal brasileiro e boliviano; definir o conceito de Turismo de Natureza, sobretudo diferenciando-o do ecoturismo; caracterizar o Turismo de Natureza como uma das funções da paisagem. A partir da abordagem sistêmica e da paisagem como categoria analítica, foram realizados uma revisão crítica da bibliografia, trabalhos de campo e adotados procedimentos técnicos e operacionais a fim de espacializar e compreender a complexidade e a dinâmica, natural e social, que envolvem as paisagens da área de estudo. A paisagem foi compreendida a partir de componentes como geologia, relevo, vegetação e hidrografia – o geossistema da paisagem. O aspecto visual, que é o que interessa ao Turismo de Natureza, é resultado da relação entre os elementos físicos supracitados, ou seja, entre a estrutura e a forma da paisagem. A faixa de fronteira revelou expressividade do ponto de vista paisagístico, sobretudo em relação ao relevo na área central e no norte, na Serra do Amolar – um dos locais mais relevantes do ponto de vista da conservação, por sua singular beleza cênica e biodiversidade. Optou-se por uma abordagem segundo o conceito de Turismo de Natureza, um segmento que causa impactos ambientais negativos, e, ao mesmo tempo, carrega a ideia de uma Natureza idealizada como elemento central do fluxo turístico. Entende-se, assim, que a paisagem é o principal atrativo do segmento, mas a Natureza é um produto a ser consumido. Houve preocupação em diferenciar Turismo de Natureza daquilo que se entende como ecoturismo, o qual tem sido usado de maneira errônea, e, no caso do Pantanal, como um apelo de marketing. As paisagens do Pantanal boliviano e brasileiro, na faixa de fronteira, foram descritas e analisadas a partir do pulso de inundação a fim de demonstrar a sazonalidade e o ritmo natural das águas, elemento central dessa planície de alagamento. Este ritmo se destaca como a força central direcionadora e responsável pelas interações, existência e produtividade da biota, assim como o responsável pela paisagem heterogênea e pelos “pantanais do Pantanal”. Ao final, o Turismo de Natureza, que é uma das funções da paisagem, foi caracterizado, sobretudo, por meio da diversidade e da potencialidade para o desenvolvimento desse segmento e/ou o fomento de políticas públicas que incorporem o binômio desenvolvimento socioeconômico e preservação-conservação.