Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Marques, Juliana Mara Elora
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Orientador(a): |
Luz, Verônica Gronau
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Banca de defesa: |
Martins, Catia Paranhos
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Bresan, Deise
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Dias-Scopel, Raquel Paiva
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Grande Dourados
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Programa de Pós-Graduação: |
Pós-graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde
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Departamento: |
Faculdade de Ciências da Saúde
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/5158
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Resumo: |
O objetivo deste estudo foi analisar entre as falas dos profissionais de saúde indígena do Polo Base de Dourados, Mato Grosso do Sul, aquelas referentes a violação do direito a água e alimentos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa realizada com 117 profissionais do Polo Base de Dourados que atendem as etnias Kaiowá, Guarani e Terena, por meio de questionário semiestruturado. Foram analisadas duas questões desse questionário para o presente estudo: “Qual a situação de sofrimento ou tristeza que mais te marcou no seu trabalho?” e “Qual a situação de satisfação/felicidade que mais te marcou no seu trabalho?”. Para avaliação das respostas foi utilizado o método de análise de conteúdo na qual, após uma atenta leitura das falas, foram definidas categorias a partir da aproximação entre as respostas. Ao final, foram escolhidas três categorias: 1. Violências na saúde indígena; 2. Saúde e violação de direitos humanos; 3. Relação com a equipe/trabalho. Optamos por analisar as respostas da categoria 2, referente a escassez de água e alimentos, que se mostrou como uma grande preocupação entre os profissionais da saúde, principalmente entre aqueles que prestam assistência na aldeia Bororó, localizada dentro da Reserva Indígena de Dourados (RID). Os resultados mostraram que as questões relacionadas à água, tanto na tristeza quanto na felicidade, foram relatadas em sua maioria pelos profissionais responsáveis pelo saneamento e que a dificuldade de acesso a alimentos de qualidade ocorre não apenas entre os usuários do sistema de saúde, mas também entre alguns dos profissionais entrevistados, com ênfase entre os agentes indígenas de saúde. Apenas um profissional não indígena relatou a falta de alimentos e/ou água como uma tristeza. A partir dos relatos, pudemos perceber que o direito humano à água e aos alimentos previsto na Constituição Federal de 1988 não tem sido assegurado na percepção dos profissionais, para a população indígena, que apresenta indicadores de saúde e de insegurança alimentar piores que a população não indígena. Sendo assim, cabe cobrar que o Estado brasileiro exerça seu papel como agente responsável na garantia dos direitos das populações indígenas e aumentar a visibilidade do debate do direito à terra e, consequentemente, à saúde. |