Consumo de alimentos ultraprocessados e obesidade em adultos no município de Dourados, MS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Souza, Karoline Omizolo de lattes
Orientador(a): Fernandes, Ricardo lattes
Banca de defesa: Moreira, Naiara Ferraz lattes, Ozcariz, Silvia Giselle Ibarra lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Pós-graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde
Departamento: Faculdade de Ciências da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/5191
Resumo: A prevalência de obesidade e doenças crônicas não transmissíveis têm aumentado em todo o mundo, inclusive no Brasil. Os hábitos sedentários de vida e o consumo excessivo de alimentos densamente energéticos têm sido amplamente estudados como fatores de risco. Mais recentemente, o estudo do consumo alimentar de acordo com o grau de processamento dos alimentos, assim como a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) e a obesidade tem se destacado no contexto científico. Estudos que abordam a carga das doenças crônicas não transmissíveis têm revelado que a alimentação é o fator modificável que mais impacta na redução de morbimortalidade, principalmente a obesidade, onde o consumo AUP parece ser um componente prejudicial importante para a saúde da população a nível global. Sendo assim, o objetivo desse estudo foi avaliar se o consumo de AUP estava associado com a obesidade na população adulta no município de Dourados, MS. Foram coletados dados sobre o consumo destes alimentos através de recordatório de 24 horas e dados antropométricos (peso, altura e índice de massa corporal) para classificar a obesidade. Desta forma, foi possível analisar a associação entre o consumo desses alimentos com a obesidade, controlando para fatores sociodemográficos. Modelos de regressão foram utilizados para avaliar a associação da participação do consumo de AUP (quartis) e obesidade. Os alimentos classificados como AUP tiveram uma média de 20,9% do consumo energético diário total. O aumento no consumo de AUP associou-se a maior chance de ter obesidade, em indivíduos do sexo masculino, adultos na faixa etária de 30 a 39 anos e de 50 a 59 anos, de cor da pele branca, da menor renda, e com baixo e alto nível de escolaridade. Análises adicionais considerando o efeito potencial de causalidade reversa devido a presença de doenças crônicas, revelaram associações estatisticamente significativas no segundo quartil do consumo de AUP, indicando aumento de 0,25 kg/m² no IMC a cada incremento de uma unidade percentual na contribuição calórica de AUP na dieta. Em conclusão, uma maior contribuição energética proveniente do consumo de AUP pode contribuir para uma maior chance de obesidade em alguns estratos sociodemográficos, e ao aumento no IMC. Formuladores de políticas públicas devem considerar ações que promovam a redução no consumo de AUP.