Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Pacheco, Pauline Müller |
Orientador(a): |
Drehmer, Michele |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/212601
|
Resumo: |
Introdução: Mudanças importantes no padrão de alimentação das populações têm sido observadas no último século, com destaque para redução no consumo de alimentos in natura e aumento nos com alto grau de processamento. O consumo desses produtos não depende apenas de escolhas individuais, mas também da disponibilidade de alimentos no ambiente. Intervenções de educação alimentar e nutricional podem auxiliar na retomada da alimentação tradicional e na valorização da cultura alimentar local. Em comunidades quilombolas, são escassas as informações sobre os efeitos de intervenções em educação alimentar na redução do consumo de alimentos ultraprocessados e no aumento de alimentos tradicionais. Objetivo: Avaliar o efeito no consumo de produtos ultraprocessados após uma intervenção de educação alimentar e nutricional em comunidades quilombolas e verificar a disponibilidade de alimentos saudáveis e não saudáveis no ambiente alimentar dessas comunidades. Métodos:Foi realizado um estudo de intervenção por cluster controlado em comunidades quilombolas do Rio Grande do Sul com alta prevalência de insegurança alimentar e excesso de peso. Foram realizadas seis oficinas com os membros da comunidade que incluíram práticas culinárias, leitura de rótulos, valorização da alimentação tradicional e programas de segurança alimentar e nutricional, além da articulação com gestores municipais sobre demandas de saúde e segurança alimentar e nutricional. O desfecho, diferença no percentual de contribuição de alimentos ultraprocessados, foi comparado entre as comunidades intervenção e controle através de equações de estimativas generalizadas (GEE), adotando nível de significância de 5% utilizando o software SPSS 18.0. O ambiente alimentar das comunidades intervenção foi analisado de forma descritiva através do instrumento de auditoria em mercados locais, o ESAQ-s – instrumento de avaliação de estabelecimentos de comercialização de alimentos para o consumo no domicílio – e das concepções e práticas dos comerciantes na escolha dos alimentos disponibilizados para venda. A pesquisa obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Resultados: O consumo de alimentos ultraprocessados foi baixo, variando de 14 a 15% de contribuição para as calorias totais diárias entre os grupos intervenção e controle na linha de base. O percentual de contribuição de alguns grupos de alimentos variou em função apenas do tempo, com aumento dos produtos ultraprocessados e com a diminuição dos alimentos in natura e de ingredientes culinários. O percentual de contribuição das preparações culinárias aumentou significativamente em função do tempo e apresentou valores limítrofes de significância para um aumento atribuído à intervenção. Em relação ao ambiente alimentar, os estabelecimentos comerciais tiveram um vínculo importante com a comunidade, oferecendo serviços de entrega e de pagamento adequados à dinâmica da vida no campo. Foi observada uma escassez na disponibilidade de alimentos frescos, e uma grande variedade de produtos ultraprocessados. Os comerciantes percebem que a disponibilidade de alimentos frescos está de acordo com a demanda dos consumidores, que os mais jovens solicitam mais os produtos ultraprocessados e que mudanças no funcionamento e layout do estabelecimento ocorreram para privilegiar a percepção de escolha dos consumidores. Conclusão: A intervenção no nível comunitário não resultou em efeito na redução no percentual de contribuição de produtos ultraprocessados. Esses produtos estão bem difundidos no comércio das comunidades, estando associado à percepção de escolha, especialmente entre os jovens. Ainda assim, são pouco consumidos nas comunidades quilombolas em relação a população brasileira média, o que pode dificultar a observação de um efeito de redução numa intervenção.O incremento das preparações culinárias, mesmo com uma redução no consumo médio de calorias, pode indicar uma retomada da alimentação tradicional e valorização da cultura local. |