Percorrendo Tangerine: discursos e territórios da memória

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Alexandre, Alda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Artes Visuais - FAV (RG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Arte e Cultura Visual (FAV)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/9648
Resumo: Este trabalho se propõe a discutir, na perspectiva dos Estudos ou Teorias Queer e no contexto da Cultura Visual, de que modo se refletem no discurso das personagens-protagonistas do filme Tangerine (EUA, 2015), realizado por Sean Baker, concepções relacionadas a gênero e também à noção do que é ser mulher. A referida análise se dá a partir do conceito de performatividade, difundido por Judith Butler como uma modalidade específica de poder, que atua como discurso normalizador e se reflete, no campo da enunciação, sobre a constituição do gênero. Trata-se de uma reflexão que foi extraída da expressão “mulher de verdade”, usada pelas personagens para fazer referência a uma concorrente das ruas, mulher cisgênera, que aparece na história, a princípio, como sua antagonista. Ao longo deste estudo, é utilizado o recorte da autobiografia como recurso metodológico, em busca de possíveis confluências entre as vivências das personagens e as da autora no viés das práticas discursivas performadoras de gênero cuja construção simbólica, dentro de um sistema cultural, social, familiar se pauta pela noção de que há “mulheres de verdade”. Essa análise passa também pelo âmbito da educação, onde o poder performativo do enunciado é pautado também pela noção binária de gênero, contribuindo para a hipersexualização de corpos femininos e corpos fora da norma. Trata-se de um processo que é levado a extremos quando sujeitos que não se adequam ao regime compartilhado de heteronormatividade são expurgados. As práticas educacionais não formais que estão no filme se entrecruzam com as práticas formais que afetaram a experiência da autora como professora, as quais, por sua vez, estão intrinsecamente relacionadas com a noção de identidade que a constituiu.