O ato político por trás da drag queen: desmontando o essencialismo dos gêneros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Campana, Nathalia Sato
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-04102017-173641/
Resumo: O gênero é uma construção social, entretanto, ainda hoje ele é compreendido através de uma visão essencializadora e naturalizadora que se baseia em um aparato de saberes biológicos para reiterar a existência de um alinhamento entre gênero, sexo, prática sexual e desejo. Se enquadrar nesse alinhamento significa estar em consonância com as normas vigentes na nossa sociedade, e todos(as) aqueles(as) que fogem ou provocam nele deslocamentos são tidos(as) como inferiores e indesejáveis, não sendo reconhecidos como seres inteligíveis e estando, então, passíveis de exclusão. O objetivo principal desse estudo constitui em compreender a relação entre a construção parodística das personagens Drag Queens e a construção social dos papéis de gênero, dando prosseguimento à tentativa de desvendar as trajetórias e as compreensões sobre o gênero em pessoas que se encontram fora dos limites impostos pela lógica binária que valida apenas a existência do masculino e feminino, colocando-os como opostos e passíveis de categorização.2 Através do ato estético-político da construção da figura da Drag Queen acredita-se ser possível estar e cruzar a fronteira dos gêneros, tendo uma identidade ambígua ou indefinida e explicitando o caráter artificialmente imposto das identidades fixas, sendo um meio para mapear dispositivos que funcionem em prol da ruptura das ontologias e possibilitem outras formas de vivências que resistam às categorizações socialmente construídas, trazendo potência para a promoção de uma multiplicidade de possibilidades de existência