Prevalência e tipagem molecular de Staphylococcus aureus isolados de uma Unidade de Terapia Intensiva de um hospital escola do município de Goiânia, Goiás
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Goiás
Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública - IPTSP (RG) Brasil UFG Programa de Pós-graduação em Biologia das Interações Parasito-Hospedeiro (IPTSP) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/6697 |
Resumo: | Staphylococcus aureus é um importante patógeno relacionado a infecções nosocomiais, com elevadas taxas de prevalência, morbidade e mortalidade. Nesse contexto, as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) tem sido áreas de alto risco para a seleção de cepas multirresistentes. O ambiente (objetos, equipamentos e superfícies) de uma UTI também pode se contaminar, e os microrganismos podem permanecer viáveis por um longo período de tempo, podendo colonizar pacientes, trabalhadores, visitantes e contaminar ainda outros ambientes. Os objetivos do estudo foram determinar a prevalência de colonização por S. aureus em pacientes e ambiente da UTI de um hospital universitário na cidade de Goiânia-GO, bem como o perfil de susceptibilidade antimicrobiana e perfil de virulência dos isolados e realizar a tipagem molecular dos S. aureus resistentes à meticilina (MRSA). Foi realizado o isolamento e identificação presuntiva de S. aureus por técnicas fenotípicas e a confirmação da espécie pela detecção do gene femA por PCR. Os isolados foram submetidos ao teste de disco-difusão para determinação do perfil de suscetibilidade antimicrobiana e aqueles que apresentaram resistência à cefoxitina foram submetidos ao E-test® para determinação da concentração inibitória mínima à oxacilina e vancomicina, assim como, à detecção do gene mecA para identificação das cepas MRSA. Nestes isolados foi realizada a tipagem do SCCmec. Em todos os S. aureus isolados foi realizada a detecção dos genes codificadores de fatores de virulência e a comparação genética para determinação do perfil de similaridade por eletroforese em gel em campo pulsado. Foram coletados 536 swabs sendo 134 de pacientes e 402 de ambiente de UTI. A prevalência de colonização por S. aureus foi de 12,7% (68/536), sendo 13,4% (18/134) para pacientes e 12,4% (50/402) para o ambiente. A maior taxa de resistência apresentada foi à penicilina (85,3%) seguida da eritromicina (69,1%), clindamicina (66,2%) e sulfametoxazol-trimetoprim (54,4%). Cinquenta e seis isolados (82,4%) foram considerados multirresistentes. A prevalência de MRSA foi de 20,6% (14/68), houve ainda a existência de sete (10,3%) isolados com suscetibilidade intermediária à vancomicina (VISA). O fenótipo de resistência induzível (iMLSb) foi encontrado em 11 isolados (16,2%) e o de resistência constitutiva (cMLSb) em 25 (36,8%). Onze isolados apresentaram genes codificadores para pelo menos um fator de virulência pesquisado, sendo detectados seis perfis de virulência. Das 14 cepas MRSA, seis (42,9%) foram SCCmec tipo IV, cinco (35,7%) SCCmec tipo I, duas (14,3%) SCCmec tipo II e uma (7,1%) SCCmec tipo III.A análise de PFGE revelou diversidade genética entre os isolados, apesar de que um cluster agrupou 16 isolados mostrando a disseminação da bactéria entre pacientes e fômites. Um isolado MRSA mostrou relacionamento genético à cepa USA300 e dois isolados MRSA/VISA foram semelhantes e outro idêntico ao clone USA400. Os resultados sugerem que a prevalência de S. aureus e MRSA permanece elevada em instituições de saúde, especialmente em UTI, com elevadas taxas de resistência antimicrobiana e potencial patogênico. A detecção desses microrganismos no ambiente evidencia risco de transmissão cruzada desses patógenos, principalmente via profissionais da saúde. A identificação de isolados com background genético de cepas adquiridas na comunidade alerta para um fluxo de disseminação intra e inter-ambiente hospitalar e comunitário. Além disso, acredita-se que as superfícies ambientais podem estar atuando como reservatórios de genes de resistência e virulência, bem como fontes potenciais de contaminação de pacientes, profissionais e ambientes. |