Staphylococcus aureus resistentes à meticilina infectando cronicamente pacientes com fibrose cística: caracterização dos clones

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lima, Danielle Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
PVL
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14337
Resumo: Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA) é um importante patógeno pulmonar em pacientes com fibrose cística (FC), e vem se destacando pela prevalência e capacidade de comprometer a função pulmonar, sendo esta última uma das principais causas de óbitos nesses pacientes. A presença do elemento genético móvel SCC<i>mec</i>, que alberga o gene <i>mec</i>A, o torna um problema, dificultando o tratamento entre os pacientes. O perfil clonal das amostras de pacientes crônicos para MRSA tem sido pouco estudado. Esse trabalho teve como objetivo avaliar a relação clonal entre MRSA isolados de pacientes pediátricos com FC apresentando infecção crônica. Um total de 116 amostras, de 12 pacientes, no período de 2013 a 2016, foi submetido ao teste do disco de difusão para dez antimicrobianos e o fenótipo de resistência induzida (iMLS<sub>B</sub>) também foi avaliado. Os testes genotípicos incluíram a Eletroforese em Gel de Campo Pulsado para avaliar a clonalidade, Reação em Cadeia da Polimerase para avaliar o tipo de SCC<i>mec</i> e a detecção do gene <i>lukS</i> para verificar a presença da toxina Panton-Valentine Leukocidin, que auxiliariam na caracterização dos clones. Com exceção de eritromicina (78,4%) e ciprofloxacina (50%), os antimicrobianos apresentaram um percentual de resistência abaixo de 50%, como por exemplo, clindamicina (33,6%), rifampicina (25%), gentamicina (19%), cloranfenicol (19%), tetraciclina (12,9%), sulfametoxazol-trimetoprim (12%) e nenhuma amostra foi resistente a linezolida. O fenótipo iMLS<sub>B</sub> foi observado em 15 amostras em três pacientes. Cepas multirresistentes foram identificadas em 37,1% (n=43) da amostragem, entretanto, este perfil foi predominante em apenas três pacientes (1, 5 e 8) com as seguintes representações 16/16 (100%), 15/20 (75%) e 8/9 (88,9%), respectivamente. Heterogeneidades genotípicas entre os pacientes e nas amostras do mesmo paciente foram notadas e os grupos clonais prevalentes foram A e FF com 9,5% (n=11) cada um, EE 7,8% (n=9), X 6,9% (n=8) e CC 6% (n=7). Os SCC<i>mec</i>: II, III e IV foram encontrados com as respectivas porcentagens 15,5% (n=18), 12,1% (n=14) e 71,5% (n=83). O gene <i>lukS</i> estava presente em 8,6% (n=10) das amostras distribuído em apenas quatro pacientes e todos estavam correlacionados ao SCC<i>mec</i> tipo IV. A partir de uma análise associativa entre o PFGE, perfil de resistência, SCC<i>mec</i> e gene <i>lukS</i> foi possível observar que os clones apesar de heterogêneos apresentavam o mesmos SCC<i>mec</i>, gene <i>lukS</i> (presença ou ausência) e perfil de resistência (muito semelhante e quando diferia era por um ou dois antimicrobianos). Concluímos que uma grande heterogeneidade clonal foi observada entre MRSA isoladas de pacientes com FC apresentando infecção crônica e que outros testes moleculares podem ajudar a elucidar a relação clonal evolutiva entre essas cepas.