Exportação concluída — 

Um estudo pancrônico da voz reflexiva em perspectiva construcional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Barros, Déborah Magalhães de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Letras - FL (RG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Letras e Linguística (FL)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/6492
Resumo: Esta pesquisa descreve e analisa a voz reflexiva em diferentes momentos históricos de formação da língua portuguesa com vias a comprovar uma mudança na configuração desse domínio gramatical no português brasileiro contemporâneo (PB). Ela foi motivada pela não marcação pronominal na voz reflexiva prototípica no PB, especialmente, na variedade falada em Goiás. No centro da mudança está a concorrência entre usos da voz reflexiva prototípica ou marcada morfologicamente (VRM), definida pela presença do pronome reflexivo, e da voz reflexiva não marcada (VRNM), elaborada sem a marca pronominal. Busca-se compreender os processos linguísticos e discursivos que estão correlacionados a essa mudança. A Linguística Funcional Centrada no Uso, mais especificamente, a Gramática de Construções, forneceu as bases teóricas para a análise, com destaque para as contribuições de Bagno e Casseb-Galvão (no prelo), Bybee (2010, 2015), Croft (2001), Croft e Cruse (2004), Givón (1984, 1990, 1992, 1995), Goldberg (1995, 2006), Hopper e Thompson (1980), Langacker (2013), Tomasello (2003, 2008, 2009) e Trougott (2008) e Traugott e Trousdale (2013). Autores como Barros (2011), Benveniste (2005), Bertoque (2010, 2014), Camacho (2000, 2002, 2003) e Kemmer (1993, 1994), entre outros, forneceram subsídios para a definição e a caracterização da voz reflexiva. A Gramática de Construções é uma abordagem teórico-metodológica que considera a língua em uso e reconhece a existência de uma estreita relação entre as estruturas das línguas e o uso atualizado pelos falantes em contextos reais de comunicação. Nessa perspectiva, a língua emerge do uso e se organiza em construções, unidades linguísticas constituídas pelo pareamento forma e sentido. A voz reflexiva é considerada, portanto, integrante da rede construcional da voz, um domínio multifatorial em cuja base conceptual está um esquema abstrato influenciado pela transitividade e pela ordenação oracional. A análise dos dados é, predominantemente, qualitativa e pancrônica, contemplando diferentes momentos da história de formação do português, desde o latim vulgar ao português moderno, e o PB contemporâneo (séculos XX e XXI). Os resultados da análise indicaram alterações na estruturação da voz reflexiva e nos traços semânticos do agente e do paciente, o que vem provocando transformação na rede construcional da voz, ampliada por pressões semântico-pragmáticas, o que constitui um caso de construcionalização.