Contribuições da prática de yoga na percepção dos sintomas de estresse, ansiedade e depressão em estudantes universitários
Ano de defesa: | 2025 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Medicina - FM (RMG) Brasil UFG Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde (FM) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/13976 |
Resumo: | Introdução: Estudantes universitários são uma população particularmente susceptível a experimentar níveis aumentados de estresse, ansiedade e depressão, em especial, estudantes do curso de Medicina. Uma alternativa não medicamentosa e que tem ganhado cada vez mais legitimidade é a prática de yoga, devido a sua inserção nas Práticas Integrativas e Complementares, fácil aplicação nas Instituições de Ensino superior e corpo de evidências sobre as variáveis os parâmetro de saúde mental. A presente dissertação investigou os efeitos da prática de Yoga sobre a saúde mental de estudantes universitários por meio de um protocolo de revisão sistemática, uma revisão sistemática, uma revisão integrativa e um estudo experimental. O objetivo central foi verificar se um programa de Yoga poderia reduzir os níveis de estresse, ansiedade e depressão nessa população, além de melhorar a qualidade de vida autorrelatada. A pesquisa foi estruturada em quatro artigos, cada um abordando um aspecto específico dos efeitos dessa prática no contexto acadêmico. Produtos: A revisão sistemática analisou 12 estudos experimentais, totalizando 1.660 participantes. Os resultados indicaram que a prática de Yoga demonstrou efeitos significativos, com maior impacto na redução do estresse, seguido pela ansiedade e, em menor grau, pela depressão. A modalidade mais estudada foi Hatha Yoga, e a duração das intervenções variou entre 6 e 12 semanas. A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada utilizando as ferramentas da Cochrane Collaboration. Cinco estudos apresentaram baixo risco de viés, enquanto seis estudos apresentaram inconsistências no processo de randomização, cegamento dos avaliadores e conhecimento da amostra sobre o grupo ao qual pertenciam, resultando em uma classificação de risco de viés moderado. Um estudo foi classificado como de alto risco de viés devido à sensibilidade envolvendo a intervenção e o grupo de comparação. A revisão integrativa focou especificamente no desfecho estresse, reunindo 10 artigos que sintetizaram as principais evidências sobre reduções nos níveis de estresse após intervenções baseadas em Yoga. Os resultados indicaram que a prática de Yoga é eficaz na redução do estresse percebido, com efeitos variando de moderado a pequeno. A combinação de práticas físicas, respiratórias e meditação mostrou-se eficaz na redução do estresse, destacando a importância de uma abordagem holística. A modalidade Hatha Yoga foi a mais frequente na literatura. A revisão destacou a necessidade de mais pesquisas para determinar a intensidade e a proporção de movimentos e meditação que potencialmente apresentariam melhores resultados. O estudo experimental foi realizado com 48 estudantes de Medicina, divididos em dois grupos: Grupo Yoga (GY) e Grupo Aconselhamento de Meditação (GAM). As intervenções ocorreram ao longo de 8 semanas, com avaliações pré e pós-intervenção utilizando instrumentos validados para medir estresse, ansiedade, depressão e qualidade de vida. No Grupo Yoga, os escores de ansiedade (GAD-7) reduziram de 13,4 ± 4,7 para 5,8 ± 4,4 (p < 0,001), indicando um efeito grande, enquanto no GAM os escores reduziram de 13,2 ± 5,0 para 8,8 ± 5,1 (p = 0,010). Para o estresse (EPS-10), os escores no Grupo Yoga caíram de 27,5 ± 4,6 para 19,4 ± 2,4 (p < 0,001), novamente um efeito grande, enquanto no GAM os valores passaram de 26,4 ± 6,4 para 20,2 ± 6,8 (p < 0,001). Quanto à depressão (DASS-21), o grupo Yoga apresentou efeito pequeno a moderado e o GAM efeito moderado a grande. A qualidade de vida (SF-12) mostrou pequena melhoria no Grupo Yoga (p = 0,075 para saúde física; p = 0,270 para saúde mental), sem relevância estatística. Conclusões: A prática de Yoga demonstrou-se uma intervenção eficaz para reduzir o estresse, a ansiedade e, em menor grau, a depressão entre estudantes universitários, especialmente de Medicina. A implementação de programas regulares de Yoga nas universidades pode promover um ambiente acadêmico mais saudável e acolhedor. Futuras pesquisas devem explorar intervenções mais longas e diversas modalidades de Yoga para ampliar esses benefícios. |