Comunicação organizacional inclusiva: o pertencimento dos surdos às organizações

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Veronezi, Daniela Priscila de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Informação e Comunicação - FIC (RMG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Comunicação (FIC)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/12561
Resumo: Esta investigação tem como objeto a comunicação organizacional, com foco na inclusão dos colaboradores Surdos ao ambiente corporativo. Segundo alguns estudiosos, com base no entendimento da própria comunidade Surda, a utilização da Língua Brasileira de Sinais (Libras) é o elemento de diferenciação entre as pessoas com deficiência auditiva (que não a utilizam) e os Surdos, que se comunicam por meio dela. No entanto, essa distinção, muitas vezes, não alcança o âmbito legislativo, que se vale, em geral, da expressão “pessoa com deficiência” e inclui os Surdos entre esses sujeitos. Parte-se da ideia que a inclusão, enquanto prática social, tem como pré-requisito a transposição das barreiras comunicacionais e a viabilização das interações entre os sujeitos em sua diversidade. No Brasil, o grande marco da conquista de direitos dos Surdos é a Lei nº 10.436/2002, regulamentada pelo Decreto nº 5.626/2005, que reconhece a Libras como meio legal de comunicação e expressão. Também cabe destacar a Lei nº 8.213/1991, que estabelece cotas para pessoas com deficiência nas organizações e contribui para um movimento contínuo, embora incipiente, dos Surdos para esses espaços de sociabilidade. Contudo, estar nas organizações, por obrigatoriedade legal, não significa, automaticamente, sentir-se pertencidos e incluídos a elas. Nesse sentido, esta investigação propõe a constituição de uma comunicação organizacional inclusiva, que pressupõe o reconhecimento dos Surdos como sujeitos que devem ser conhecidos em suas especificidades e para os quais os profissionais de comunicação precisam traçar estratégias capazes de alcançá-los, despertando nos Surdos o sentimento de pertencimento ao ambiente corporativo. Tendo em vista a relevância da comunicação para que a inclusão social se torne uma realidade, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência traz em seu bojo barreiras nas comunicações e na informação que dificultam a implementação desse processo. Ademais, esses percalços relativos à comunicação são abordados por renomados pesquisadores que se dedicam aos estudos da inclusão, ainda que em outras áreas do conhecimento. Com isso, esta pesquisa apresenta a seguinte questão-problema: Como o profissional de comunicação pode contribuir para que os Surdos se sintam parte das organizações? Essa questão, por sua vez, desdobra-se em: Quais procedimentos deveriam ser adotados para se implantar uma comunicação organizacional inclusiva? Quais as dificuldades que os Surdos enfrentam cotidianamente para desenvolver o trabalho deles? Que medidas foram efetivamente tomadas pelas organizações em direção à comunicação inclusiva? No tocante aos aspectos metodológicos, trata-se de um estudo exploratório, com o intuito de aprofundar conhecimentos ou realizar novas descobertas. Para que os resultados almejados sejam, de fato, alcançados, esta investigação se utiliza das pesquisas bibliográfica e documental, bem como da realização de entrevistas, por meio de roteiros semiestruturados, e da aplicação de questionários, que são escrutinados com base no método de análise de conteúdo. Como resultado, o estudo demonstra que a inclusão dos Surdos, enquanto prática social, é permeada em sua essência pela comunicação e, nesse contexto, emerge como um campo de pesquisa promissor para os estudos desenvolvidos no âmbito da comunicação organizacional.