#ELENÃO e a quarta onda do feminismo no Brasil: movimentos de mulheres no Twitter durante as eleições 2018

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Soares, Diulia Luísa Hartmann
Orientador(a): Fraga, Gerson Wasen
Banca de defesa: Prudêncio, Kelly Cristina de Souza, Silva, Ivone Maria Mendes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas
Departamento: Campus Erechim
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/4214
Resumo: As direitas emergentes têm trazido consigo discursos que já se acreditavam superados desde a redemocratização no Brasil. Em meio a esse cenário, as eleições 2018 no país engajaram candidatos e apoiadores alinhados a esses discursos, o que provocou um movimento de resposta inédito até então. Por intermédio da comunicação digital, um dos alicerces da quarta onda do feminismo, mulheres de todo o país se organizaram e foram às redes e às ruas dizer “ele não!”, referindo-se ao então candidato Jair Bolsonaro. O #EleNao é um marco autêntico desta nova onda no Brasil. Nesta dissertação, o assunto é tratado de maneira a apresentar um panorama dessa articulação a partir, principalmente, das vozes que vêm das pessoas que utilizaram a hashtag no Twitter. Buscamos entender de que forma a internet, por meio da mídia social, tem influenciado as maneiras de luta, de debate e de expressão vivenciadas na atualidade. Para atingir esse objetivo é analisado o cenário das eleições de 2018 a partir do protesto encabeçado por mulheres, o “Ele Não”, e suas manifestações no Twitter, por meio da hashtag, ferramenta que foi originada na mídia social citada. O trabalho se desenvolve a partir da Teoria Fundamentada, perspectiva empirista de pesquisa e construção dos conceitos que emergem do próprio campo, e integra características que estão sendo fundamentais da quarta onda. Assim, foi delimitado o teto de 1.500 postagens para análise a partir da segmentação de 500 tweets por data-chave observada: o dia 28 de setembro, dia da manifestação nas ruas, e os dias 7 e 28 de outubro, primeiro e segundo turno das eleições. A seleção levou em conta a análise de 250 tweets “Mais recentes” e 250 tweets “Principais”. A pesquisa de campo retornou 1.021 postagens, o que representa 68% do recorte proposto, que foram tabulados, classificados e analisados para se chegar às considerações desta pesquisa. O recorte aponta que o #EleNão foi uma movimentação originada por pessoas comuns (92,6%) e móveis (74,4%), forte o suficiente para impactar um país inteiro. Apesar de ser um movimento composto por poucos ativistas (20,6%), conquista muitos apoiadores (59,8%) e espectadores (8%) mesmo com poucos divulgadores (5,4%); ou seja, se confirma sua capacidade de espalhamento pelas veias da comunicação digital. Essa troca entre agende-mundo-agente foi 100% realizada por textos. Consideramos questões muito pertinentes para a análise desenvolvida as Fake News, a autocomunicação de massa, o fascismo, o empoderamento feminino e a midiatização do ativismo. Além disso, as configurações atuais das novas-direitas, a trajetória do feminismo na américa latina e como se tem enxergado a quarta onda do movimento feminista no Brasil. Recomenda-se que haja um avanço desse estudo no sentido de entender de que maneira foram aproveitadas as oportunidades políticas em prol dos movimentos de mulheres e como o repertório de confrontos levou à ampliação, reorganização e mobilização mais ativa e frequente das mulheres.