Gênero e agroecologia: estudo de caso de uma organização produtiva de mulheres camponesas em Laranjeiras do Sul Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Flávia Regina Fernandes
Orientador(a): Leandrini, Josimeire Aparecida lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável
Departamento: Campus Laranjeiras do Sul
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/607
Resumo: A presente pesquisa analisa a importância da participação das mulheres camponesas em grupos produtivos, que adotam a agroecologia como estratégia de desenvolvimento local, a fim de se possibilitar maior inclusão da questão de gênero na discussão de desenvolvimento rural sustentável. Para a pesquisa foi utilizada uma metodologia estritamente qualitativa, caracterizada como um estudo de caso de um grupo de mulheres da Agroindústria do Acampamento Recanto da Natureza, localizado na área rural do município Laranjeiras do Sul no Estado do Paraná - Brasil. A coleta dos dados ocorreu em duas etapas distintas: uma etapa de observação direta do funcionamento do grupo e outra etapa de entrevistas a três mulheres participantes e seus respectivos cônjuges – escolhidas por sorteio - e às lideranças tanto do grupo de mulheres, quanto do grupo de agroecologia do acampamento e aconteceu entre os meses de maio a outubro de 2015. Análise dos dados foi feita a partir da proposta chamada método hermenêutico dialético, na qual a fala dos sujeitos é compreendida dentro de seu contexto social. Os dados levantados foram classificados em categorias de análise: agricultura familiar, agroecologia, relações sociais de gênero e identidade. A pesquisa evidencia que quanto mais a família e o grupo compreendem, discute e vivencia a agroecologia, mais ela tende a apresentar melhores divisões sexuais do trabalho e novos papéis sociais de homens e mulheres. Mas, a despeito desse avanço, ainda permanecem divisões desiguais e hierarquizadas entre os sexos. Sinaliza-se que a agroecologia sem a luta das mulheres por maiores espaços inclusive nas esferas decisórias e de poder pode não atingir toda a completude de uma mudança de paradigmas a que se propõe.