Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Santos, Emanuelle Rocha dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/23820
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Resumo: |
A agricultura familiar camponesa vem promovendo desde seu surgimento há cerca de 10 mil anos, a conservação e diversificação da complexidade biológica e ecossistêmica em um processo de coprodução e coevolução com os ambientes naturais. A agroecologia vem se configurando como um resgate da memória biocultural da humanidade na defesa dos bens comuns através do processo de etnoconservação da natureza promovido pelos sistemas camponeses. O município de Apodi, localizado na microrregião da Chapada do Apodi no Rio Grande do Norte, vem sendo apontado como referência no desenvolvimento da agricultura familiar de base agroecológica, destacando-se na produção familiar de arroz vermelho, tradicional da região, mel, caprinos, ovinos, entre outros. Toda essa produção, proveniente da agricultura familiar organizada está sendo ameaçada pela chegada de empresas do agronegócio que se instalam na região. Esse estudo tem como objetivo compreender e visibilizar as formas de ocupação do espaço e de relação com o ambiente desenvolvidos pela agricultura camponesa em Apodi, bem como discutir quais as implicações territoriais e societais dos conhecimentos e valores que embasam as relações de famílias camponesas de Apodi-RN com a natureza e os bens comuns a partir de suas práticas e relações na produção agrícola. A metodologia utilizada parte de uma abordagem sistêmica e interdisciplinar na compreensão do território e seus agroecossistemas a partir de processos de observação participante na construção da cartografia social das águas e da produção camponesa de Apodi. Contou também com participação em reuniões e intercâmbios com movimentos sociais, camponeses e outros pesquisadores, bem como com um período de vivência de cunho mais etnográfico junto a famílias camponesas, além de entrevistas semiestruturadas. A análise qualitativa dos agroecossistemas revelou que em Apodi as riquezas naturais mobilizadas pelos saberes e práticas tradicionais camponesas em interação com novos conhecimentos e práticas provenientes da mobilização de outros setores da sociedade em torno da noção de Agroecologia e da Convivência com o Semiárido vem proporcionando o desenvolvimento de uma experiência agroecológica que se dá de forma territorializada. As diversidades social, ambiental e produtiva se complementam na constituição de circuitos curtos, baseado em fluxos de trocas ecológicas e sociais internas. Esses fluxos permitem que as riquezas continuem no território, promovendo a conservação dos bens comuns e a soberania alimentar com relativa autonomia a sistemas externos, conformando processos de fortalecimento da justiça ambiental. Por outro lado, essa diversidade vem sendo ameaçada pelo paradigma dominante da modernidade que se baseia na mercantilização dos bens naturais e do trabalho humano. O avanço desse modelo vem desestruturando sistemas de produção através das injustiças ambientais que se materializam quando se interfere negativamente nas possibilidades de autonomia na apropriação social do território e no usufruto de seus produtos. Apesar disso, como em todos os tempos, os camponeses seguem resistindo e ampliando essa resistência em diálogo e articulação com outros sujeitos e saberes. |